- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida da antiga Vila dos Pescadores e da Cidade de Porto Alegre inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado.

A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.Este blog esta sempre em crescimento entre o Jornalismo, Causos e a História.Haverá provavelmente falhas e omissões, naturais num trabalho tão restrito.

Qualquer texto, informação, imagem colocada indevidamente, dúvida ou inconsistência na informação, por favor, comunique, e, aproveito para pedir desculpas pela omissão ou inconvenientes.

(Consulte a relação bibliográfica e iconográfica)

Poderá demorar um pouquinho para baixar, mas vale à pena.

vilaguaiba@gmail.com

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Origens da Villa Guayba



Visite

Vila dos Pescadores
Atual Villa Guayba
Origem Portuguesa
Balneário Vila Assunção
Antiga Ponta do Dionísio
Vila de Chácaras de Veraneio

Bairro da atriz Carmem Silva e
ex-Presidenta Dilma Roussef

- Bairro com grande preservação de áreas verdes, ruas bucólicas, e deslumbrante visual do Lago Guaíba.
Na Assunção fica localizado a Vila Assunção, Villa Guayba e Vila do Sargento.
Visite a Avenida Wenceslau Escobar, área comercial da região da Tristeza, com um diversificado mix de serviços e entretenimento.
Pela calma do local e suas ruas bucólicas, o bairro está atraindo uma quantidade de clínicas geriátricas e casas de repousos.

No interior do bairro visite:

Praças:
- Praça Arae (entre as ruas Coroados e Rua Timbira)
- Praça Araguaia (entre a Avenida Guaíba e acesso)
- Praça Dante Barone (entre a Rua Dr. Possidório Cunha e - Praça José Assunção (entre a Rua Goitacaz e acesso)
- Praça Franklin Perez (entre a Avenida Pereira Passos, ruas Dr. Possidório Cunha e Caeté)
- Praça João Bergmann (entre a Rua Xavantes e Avenida Pereira Passos)
- Praça José Assunção (entre as ruas Goitacaz e acesso)
- Praça Tabira (entre a Avenida Guaíba, Avenida Pereira Passos e Rua Goitacaz), praça mais próxima da Vila Guaíba.
- Praça Tomocaré (junto a Rua Coroados e acesso)
- Praça Tupiniquim (entre as ruas Timbira, Omagua, Manauê)

- Praça Capela Schoenstatt (entre as ruas Carajá e Dr. Possidório Cunha)
- Praça do Hospital da Brigada (Rua Dr. Castro de Menezes, em frente ao Hospital da Brigada), praça mais próxima da Vila do Sargento.

Área verde:
(triângulo entre as ruas Guato e Cariri)
(triângulo Avenida Pereira Passos junto a Avenida Wenceslau Escobar)
(triângulo Avenida Pereira Passos com Rua Caeté)
(triângulo Rua Cariri e Rua Caeté)

Calçadão:
- Mirante e calçadão (Avenida Guaíba, junto a orla do Lago Guaíba)

- Igreja de N. S. da Assunção
- Capela Schoenstatt
- Casa de Iolanda ...
- Várias Praças e Recantos
- Magníficas Residências e Chácaras
- Clubes Náuticos
- Centros Comerciais
- Gastronomia

Alimentação                                               ä
- Para os amantes dos bons pratos, é possível encontrar desde a típica comida caseira até restaurantes sofisticados, além da japonesa e frutos do mar. A culinária do Balneário Villa Assunção atente a todos os bolsos e paladares.
Assim como restaurantes, é possível encontrar uma grande variedade de bares, lanchonetes, fast foods, buffets, confeitarias e cafés.

Personalidades da Vila Assunção                 

Vários moradores da Assunção se destacaram no cenário nacional:
- Artes: a atriz Carmem Silva é o nome mais conhecido.
- Escritores:
- Artes Plásticas: Iara Bauer
- Modelos:
- Esportes:
- Personalidades: Presidenta da República Dilma Roussef.

Visite a Villa Assunção, caminhando!

Visite

Ilha da Pintada
Origem Açoriana

Origem da Vila de Pescadores
atual Villa Guayba

- A Ilha da Pintada integra o arquipélago do Delta do Jacuí, com seus sacos e canais, vegetação exuberante e fauna diversificada é uma das maiores ilhas, tem sua localização frontal a cidade de Porto Alegre.
Em 1921, foi fundada no centro da Vila a Colônia de Pescadores, atualmente Colônia Z-5, para coordenar a pesca artesanal

- A rodovia BR 116 cruza a Ilha da Pintada, com destino ao sul do Estado, a esquerda está localizada junto ao Guaíba a Vila dos Pescadores, com suas construções típicas de duas águas e seu estilo bucólico.

- O visitante desfruta de passeios de barcos pelos canais, conduzidos por pescadores (os conhecedores do Guaíba e suas ilhas), com a narração de sua história e costumes.
O roteiro pode incluir um almoço para saborear o Bolinho de Peixe, seguido pelo saboroso Peixe na Taquara, com um tempero de segredo bem guardado, mas com um resultado delicioso.

- O peixe na taquara nasceu nos antigos acampamentos de pescadores que utilizavam taquaras para prender o peixe e colocá-lo no fogo para assar.

Visite a Ilha da Pintada, navegando!

Arquipélago dos Açores

Herança Portuguesa

Ilha da Pintada
Villa Guayba (antiga Vila dos Pescadores)

- Este grupo de ilhas perdidas no Oceano Atlântico, a meio caminho entre o Velho e o Novo Mundo, está sempre envolto em brumas e tem paisagens que parecem saídas de uma fábula: - florestas, crateras de vulcões adormecidos, lagos cercados de flores, vagalhões quebrando nas rochas de penhascos e mirantes impressionantes que se perdem no horizonte.
Nascido do explosivo encontro das placas tectônicas da Eurásia, África e América, os Açores estão no vértice de um manancial de energia vulcânica que produz freqüentes modificações em suas paisagens.
Desde que foi descoberta no século XV, muita lava correu fazendo surgiu e desaparecer vales inteiros. Muito dizem que as ilhas são elos remanescentes do Continente Perdido de Atlântida.

- Nos açorianos suas paisagens, moldam seu isolamento, além de uma paixão atávica pela terra que pisam.

- A descoberta do Arquipélago dos Açores insere-se na grande epopéia dos descobrimentos marítimos do fim da Idade Média e início da Moderna, promovidos pelas Coroas Ibéricas – Portugal e Espanha.

- Os Açores estavam totalmente despovoados de grupos humanos quando chegaram os primeiros europeus. Não tiveram os primeiros colonizadores de enfrentar resistências, como aconteceu no Sul do Brasil.

- A ocupação humana da região dos Açores resultou da necessidade de Portugal controlar os pontos chaves de abastecimento e aguada das rotas de navegações para o Oriente e a América, a ocupação do arquipélago resultou da junção de vários grupos étnicos, procedentes tanto do continente europeu como africano.
- Para as ilhas de Santa Maria e São Miguel foram ao início gentes do continente português:
- Estremadura, Algarves e Alentejo, que povoaram o grupo oriental
- Para as ilhas Terceira e Graciosa foi o povo das províncias portuguesas montanhesas, liderados por Jácome de Bruges.
- Para a ilha do Faial foram às famílias flamencas (holandesas) que, capitaneadas por Josse de Huertere, ali desenvolveram as primeiras indústrias, dentre as quais a do pastel.
- Para ilha de São Jorge foram também muitos homens de Flandres que, acompanhando Guilherme Van Der Haggen, depois da Silveira, acabariam de fixar-se no Topo.
- Para ilha do Pico, as primeiras famílias terceirenses que se instalaram para a banda das Lages e depois flamencos do Faial.
- Para as ilhas das Flores e do Corvo, se deslocou a mesma massa anônima de povos das várias províncias misturados a flamencos.

- A estes povoadores europeus listados, somaram-se franceses, italianos, mouros, negros africanos, ingleses que originaram o povo açoriano. Étnico e culturalmente com valores diferenciados de suas origens, resultante dos séculos de ações inter-etnicas ocorridas no semi-isolamento da maioria das ilhas.

Cronologia
- Pinceladas de dados e informações.

Em 1427, na Europa, em Portugal, o navegador Diogo de Silves, de nacionalidade portuguesa, formado na Escola de Sagres, fundada pelo infante D. Henrique, re-descobriram as Ilhas dos Açores e da Madeira, estas estavam totalmente desabitadas.

Em 1430, o frei Gonsalo Velho foi encarregado do povoamento a partir do setor oriental do arquipélago (Ilha de Santa Maria e Ilha de São Miguel).

Em 15 de agosto de 1432, na Europa, no Arquipélago dos Açores, o Frei Gonsalo Velho aportou na ilha de Santa Maria, pela primeira vez, era encarregado do povoamento a partir das ilhas Santa Maria e São Miguel no setor oriental conhecido.

- Em relação à pecuária aos primeiros moradores faltava a fome para tantos mantimentos, uma vez que o gado lançado a partir de 1430 havia proliferado em grande quantidade. Além do “gado bravio”, existiam lavouras com animais domesticados, que além da carne e do leite forneciam ajuda na lavoura.

Em 1441, na Europa, parecem ter chegado a Portugal, os primeiros escravos “Negros”, a bordo da nau qual Antão Gonçalves retornou da Guiné (África).
De início, houve restrição real a escravização de africanos – utilizados apenas em serviços domésticos.

- No Arquipélago dos Açores com o início da lavoura canavieira, a “escravidão” mais que tolerada, passou a ser incentivada.

Em 1444, o frei Gonsalo Velho atingiu a Ilha de São Miguel.

Em 1452, na Europa, o Arquipélago dos Açores foram descobertas pelo navegador português Diogo de Tieve as ilhas do grupo ocidental ilha das Flores e ilha do Corvo.

No século XV, o solo de origem vulcânica, propício para o cultivo do trigo, associado ao clima favorável, possibilitou que esta planta, de grande valor econômico para o europeu, se desenvolvesse de forma satisfatória por todo o arquipélago. Já no início do povoamento se constituiu em fonte de abastecimento para as frotas em trânsito e para abastecer a metrópole e a praça portuguesa na África.

Em 1460, até a morte do Infante D. Henrique, a colonização centra-se principalmente na Ilha de São Miguel e a Ilha de Santa Maria. Nos decênios seguintes progride nas ilhas do grupo central.

Nos fins do século XV, introduziu-se o “pastel”, que constituía da produção de um corante azulado, obtido de uma planta introduzida pelos flamencos, que era utilizado pela indústria têxtil, que alcançou produção considerável nos séculos XVI e XVII. Seu desenvolvimento verificou-se basicamente no Faial, contando com a tecnologia e mão-de-obra de origem flamenca, da região dos Flandres (atual Bélgica) e depois o rei de Portugal espalhou por outras ilhas.

- Neste século uma das primeiras atividades industriais nos Açores foi à construção naval. Árvores de diversas qualidades foram aproveitadas para diferentes tipos de embarcações: - barcos, lanchas, canoas, nas diversas ilhas, onde as costas se encontravam animadas por estaleiros navais.
Seus construtores conhecido como carpinteiros da Ribeira, tinham destacado papel nas comunidades.
A moagem do pastel, do trigo e da cana-de-açúcar foram outras atividades industriais da época. Somadas as oficinas de base familiar de couro, calçados, correames e tecelagem de panos grosseiros.

Em 1480, na Ilha Terceira a Praia da Vitória, conhecida por Vila da Praia, recebeu o foral de Villa (município).

Em fevereiro de 1493, na Europa, em Portugal, no Arquipélago dos Açores, Cristovam Colombo, em retorno das terras das Índias Orientais até então descobertas, desembarca na Ilha de Santa Maria, para pagar promessa, devido à violenta tempestade enfrentada por sua esquadra, junto aos Açores.
Portanto os Açorianos e Portugal, foram os primeiros a tomarem contato com a Esquadra de Colombo, após o descobrimento do Novus Mundus (Novo Mundo).

Em 1522, na Europa, Portugal, no Arquipélago dos Açores, acontece um grande “terremoto”, causando grande destruição, principalmente da Ilha de São Miguel, o povoado de Vila Franca do Campo foi profundamente atingida, favorecendo o aparecimento de Ponta Delgada como principal cidade da ilha.

Em 1581/82, as Cortes Portuguesas reunidas em Tomar, coroaram e juraram fidelidade ao rei Felipe II da Espanha (I de Portugal), iniciando a União Ibérica, que se estendeu até 1640.

- A Batalha da Salga ocorrida da Ilha Terceira, marca a resistência dos portugueses ao domínio espanhol. Nesta batalha o exército espanhol de mais de 2 mil homens foi destroçado por um pequeno “Exército Terceirense”, que utilizou como  arma uma manada de gado bravio, que empurrou o exército espanhol para a ribanceira junto ao ma, onde foram quase todos mortos.

- Nova batalha, desta vez naval, foi no ano seguinte travada em frente a Villa Franca do Campo na Ilha de São Miguel, em que os espanhóis foram novamente derrotados.

Em 1590, o arquipélago estava povoado por 62.294 habitantes, a maior densidade era na Ilha Terceira.

Desde o século XVI, a pesca se realiza ao longo das ilhas dos Açores, mesmo não sendo a atividade principal que é a agricultura e pecuária. Com o uso de redes tarrafas, tresmalhas e outros tipos de armações feitas de vimes e canas com uma ou mais bocas afuniladas (moluscos e crustáceos eram apanhados com estes instrumentos) tinha um importante papel na alimentação do ilhéu.
Neste mesmo século remonta a atividade baleeira do Pico, São Jorge e depois Graciosa.

Do século XVI ao XIX, a máquina administrativa da metrópole, associada ao capital comercial, transformou as cidades de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta em importante centro comercial.
O abastecimento das enormes frotas comerciais, de alimentos, água, refresco, vinho, utensílios diversos, fazia circular nos Açores mercadorias originárias do Oriente, da África, da América e da Europa, num verdadeiro mercado cosmopolita.
Ouro, prata, especiarias, porcelanas, escravos, açúcar, tabaco, cachaça, vinho, jóias, elaboradas com metais que circulavam no comercio formal e informal.
Nem mesmo o constante ataque de piratas, que saqueavam as cidades eliminou o período de prosperidade

Em 1746, na Europa, Portugal, o Arquipélago dos Açores além da pobreza, estava com excesso de habitantes e o “sistema de morgadio” (dando ao filho mais velho a terra e o nome do pai), foi alvo de providências para que a gente procurasse outras partes do Império Português.

Em 1747, em Portugal, Lisboa, através de edital, El-Rey autorizou a “saída dos açorianos” das Ilhas do Atlântico rumo ao Brasil.

Em 1747, o fluxo populacional no arquipélago representava um crescimento de 77% em relação a 1590, com 116.816 habitantes.

- No conjunto central do arquipélago (as ilhas do Faial, Pico, Terceira, Graciosa e São Jorge), de onde partiu a grande “emigração para o Brasil Meridional”, e de menor participação (das ilhas das Flores e Corvo).

Em 09 de agosto de 1747, em Portugal, Lisboa, com a intenção de organizar os novos assentamentos e freguesias, as autoridades portuguesas prescreviam algumas normas denominadas Provisões Régias, para ser aplicada no Brasil Colônia.
Algumas das orientações para os núcleos:
“Cada núcleo ou sítio deveria ter um quadrado para a praça, de 500 palmos de face, numa das quais se localizaria a igreja, as ruas seriam demarcadas a cordel e deveria ter pelo menos 40 palmos de largura devendo as casas alinhar-se e possuir um quintal de fundos.”
Determinava ainda para a Ilha de Santa Catarina que cada casal imigrante açoriano recebesse o equivalente a um quarto de légua em quadro para seu estabelecimento e o cultivo dos gêneros de primeira necessidade.

Em 1749, no Brasil, chegaram os primeiros casais açorianos na Capitania de Santa Catarina, no Desterro, famílias ficaram na Villa de Nossa Senhora de Desterro na Ilha de Santa Catarina e outras no continente, os demais seriam enviados as Missões no sul, na Capitania de Sant’Ana ou São Pedro de Rio Grande, mas a demora nos deslocamentos fazia muitas famílias se estabelecerem onde paravam.
Em todos os povoados que vão parando casais açorianos vão fincando raízes.

De 1748 a 1756, desembarcaram na Capitania de Santa Catarina, “vivos”, cerca de 6 mil imigrantes das ilhas dos Açores e Madeira, para povoarem o Brasil Meridional, que deram origem a várias povoações no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A saída dos Açores de forma clandestina deve ter trazido um volume de casais, quase igual aos números oficiais, 4.500 se fixaram em Santa Catarina, os demais foram re-embarcados para o Rio Grande de São Pedro.
O costume de denominar “açoriana” a imigração procedente das ilhas atlânticas, se fez sentido, pois foram registrados apenas 59 madeirenses que se fixaram em terras catarinenses, os “casais açorianos”, assim chamados pois vinham em família completa (Pai, Mãe e Filhos).
A distribuição dos casais foi feita de forma a criar núcleos populacionais que pudessem produzir alimentos e outros produtos comerciáveis que interessavam ao Rei de Portugal, além de contribuir com os soldados para a defesa das terras do sul do Brasil.

- Os imigrantes Açorianos introduziram no Brasil Meridional uma herança cultural de costumes e festas, o ciclo de festas mais importantes:
- Natal, Carnaval, Páscoa, Divino Espírito Santo, São João.
Também a conhecida Farra do Boi ou Brincadeiras do Boi, na Semana Santa, o período dos Corações e Pão-por-Deus, e ainda, a gastronomia a base de peixes, renda de bilro, o artesanato de barro (cerâmica), histórias, lendas e mitos, a introdução do figo, couves, cevadas, cana-de-açúcar, laranja, uva, trigo e temperos (especiarias), as lanchas baleeiras, as canoas de um só tronco (guarapurú).

Em 1750, no Brasil, na Capitania de Santa Catarina, era governador Manuel Escudeiro de Souza, que recebia as famílias açorianas vindos do Arquipélago do Açores das ilhas dos Açores e Madeira, que se dirigiam para o Sul do Brasil, no porto do Desterro (atual Florianópolis) para então distribuí-las.

- Neste período desembarcaram na ilha mais de 6.000 homens, dos quais 4.000 fixaram-se no litoral catarinense, os demais foram reembarcados para a Capitania do Rio Grande de São Pedro.

Nos século XVIII e XIX, ocorreu o ciclo da laranja, promovido por ingleses basicamente na ilha de São Miguel, gerando grande desenvolvimento.
Atualmente (2011) os maiores pomares estão na Ilha do Pico.

Em 1849, os Açores apresentavam 233.049 habitantes.

Em 02 de março de 1895, tem início o processo de conquista da autonomia, por parte do arquipélago dos Açores, com a divisão do arquipélago em 3 Distritos Administrativos, com sedes em Ponta Delgada, Horta, Angra do Heroísmo.

No século XX, foi introduzida a cultura do ananás na ilha de São Miguel, voltado à exportação.

- O ciclo da pecuária leiteira constitui-se na maior força do setor econômico primário açoriano, e agrega ainda atividades industriais de transformação.

Na década de 1970, acontece à última grande leva de emigração para fora das ilhas com a ida de mais de 200 mil açorianos para os EUA e Canadá.

Até 1980, as armações baleeiras foram centros de intensa atividade, quando foram proibidas.

Em 1990, se observam nos Açores níveis positivos de crescimento no setor industrial, com destaque para a produção de lacticínios. Assim como a indústria de pescado da Ilha do Pico. O setor terciário engloba 57% da mão-de-obra produtiva.

Em 2001, pelo censo demográfico português, os Açores registram 243.073 habitantes.

Açores

- Falar do Arquipélago dos Açores, na atualidade, é reverenciar um povo que ao longo de mais de 500 anos soube conviver com as adversidades dos fenômenos naturais e o meio ambiente, criando um modo especial de ser, frente aos permanentes desafios a que este povo era submetido.
As ilhas, em suas individualidades, falam por si só, numa quase fusão ao povo açoriano, que apresenta particularidades a cada ilha e até mesmo de cada uma, que só podem ser compreendidas para quem vive na solidão do arquipélago nos longos invernos.
O orgulho regional, uma das marcas do povo açoriano, é o reflexo do seu desenvolvimento semi-isolado, ao longo dos séculos e da consciência de ser uma região autônoma, no contexto do Estado Unitário Português. Este sentido emblemático tem funcionado como um importante instrumento do desenvolvimento local e de sua relação com as diversas régios do globo, para onde emigraram açorianos ao longo dos séculos. Conhecer os Açores em suas diversidades naturais e paisagísticas, histórico e arquitetônico, museológica e culturais é uma aventura, terna e desafiadora.
Seu povo é muito especial, preservam com orgulho, como poucos povos o fazem, as suas tradições.
Povo polido e hospitaleiro, amante da cultura popular local, na praça central das cidades inicia-se uma conversa rápida e logo se faz amizade, como em Porto Alegre; - a princípio desconfiados, mas corteses, para num segundo momento serem espontâneos e receptivos. Estes são os Açorianos.

- Os Açores estão situados no Oceano Atlântico Norte, numa posição estratégica entre a Europa, América e África. Distam aproximadamente 1.500 km de Lisboa (Portugal Continental), 3.900 km da costa oriental da América do Norte e 8.600 km do Rio Grande do Sul.
A descontinuidade de seu território insular de 2.344 km2, disperso por nove ilhas de tamanhos desiguais num eixo de 600 km entre as ilhas extremas, ocupando uma superfície de águas de 66.000 km2.
O arquipélago integra a cadeia submarina conhecida por Dorsal Atlântico, com parte de suas terras emersas.
Resultante da ação dos vulcões gerados no fundo do oceano, as ilhas dos Açores são formadas de rochas vulcânicas, de cujas decomposições das rochas basálticas resultaram um solo extremamente rico, mas de difícil cultivo, por ser pedregoso.
Os pontos mais altos estão na Ilha do Pico com 2.351 metros e na Ilha de Santa Maria com 1.587 metros.

As Ilhas: - As nove pérolas do Atlântico:

Ilha Graciosa
- Povoada por volta de 1450, também chamada de Ilha Branca, nome que os primeiros exploradores deram, é a segunda menor do arquipélago. Seus moradores são cerca de 5 mil , numa área de 61,66 km2 onde a maior distância entre um ponto e outro é de 13 km. Vivem nas freguesias de São Mateus, Luz, Guadalupe e Santa Cruz da Graciosa, Sede do Concelho (administração municipal).
Santa Cruz foi elevada a Vila em 1486, pelo rei de Portugal D. João III que atendendo ao pedido do capitão donatário Pedro Correia da Cunha, que começou o povoamento ordenado da ilha em 1475. Visitantes ilustres passaram pela ilha, como o Padre Antônio Vieira (1654), depois do naufrágio do navio em que regressava a Lisboa, proveniente do Brasil, o jovem Almeida Garret (1814), que ali escreveu seus primeiros versos. O príncipe Alberto de Mônaco (século XX) também visitou a Furna do Enxofre para desvendar os segredos pessoalmente.
Seu belíssimo conjunto urbano de casas e igrejas brancas com detalhes em pedras é hoje protegido. A vila é pequena, mas tem ares de cidade grande. Sua igreja Matriz guarda painéis quinhentistas, obras valiosas da cultura portuguesa. A arte também aparece em forma de finos bordados feito por mulheres, que aprenderam com as mãos das avós delicados pontos “richelieu”. Trabalham em suas próprias casas orientadas pela Associação de Artesãos.
A ilha é recortada por antiqüíssimos muros de pedras que dividem pequenas propriedades – os “currais”-, onde se cria o gado holandês, cultiva-se a vinha e planta-se milho para alimentar os rebanhos.
O trigo e a cevada não são mais cultivados, mas houve tempo em que eram importantes para economia local, onde os moinhos de vento testemunham integrada a paisagem que fora levado pelos flamencos, que chegaram ao começo da colonização e deixaram de herança os olhos claros e as faces coradas. Os moinhos de vento também foram usados pelos açorianos em Porto Alegre no século XVIII e XIX.
A pesca não é a maior atividade econômica na Ilha Graciosa nem nas outras ilhas dos Açores, mas sim a criação de gado leiteiro.
De maio a setembro as ilhas do arquipélago dos Açores são um permanente festival de cor e tradições seculares. A maioria das festas é de origem religiosa, como a do Espírito Santo, com a coroação do “Imperador”, a mais importante delas, as festividades acontecem nos setes domingos que se seguem à Páscoa e terminam no de Pentecostes. Todas as casas são enfeitadas, o chão é coberto de folhas e as ruas recebem tapetes elaborados com pétalas de flores. Nas janelas são penduradas conchas e tapeçarias, explodem fogos de artifício e os sinos tocam misturados com a música da igreja e cânticos da procissão.
Há festas “Sanjoaninas”, com seu interessante cortejo etnográfico, a de Santo Cristo, em agosto, e festejos em cada freguesia na data do santo protetor.
Na Graciosa a mais de 20 Irmandades e é normal uma pessoa pertencer a várias.
A festa pagã mais famosa é a tourada à corda, onde touros pretos são soltos e investem contra a multidão e o que estiver em seu caminho, preso ao pescoço por uma corda que é solta conforme o bicho corre. 
A gastronomia é outro prazer como peixes e mariscos ao “morro do pescador”, o bom “vinho de cheiro” (o primeiro da vindima, ainda sem fermentação), as sobremesas, como os “coscorões” (tipo leve e pouco gorduroso de churros) ou os doces da Graciosa como camafeus e queijadas da praia, ou os pães e queijos tradicionais.

Para além da Graciosa – Faial, Pico, São Jorge e Terceira, e mais distantes, onde nem em noites límpidas os olhos alcançam: São Miguel, e Santa Maria, no oriente, Flores e Corvo a ocidente.

Ilha do Faial, a ilha azul
- A cidade de Horta, em Faial, tem casas brancas bem cuidadas, praças coloridas por jardins. Campanários das igrejas que guardam tesouros da arte. Tem um Forte que lutou contra os piratas e uma avenida iluminada junto ao mar. As tripulações que aportam em Horta pitam nos muros e no piso da marina desenhos que identificam seus barcos. O Café Peter, com sua coleção de trabalhos em “scrimshaw” (técnica de gravação em dentes de cachalote que vem do tempo da caça as baleias) era o passatempo dos marinheiros que estampavam as ilhas, as pessoas a saudade. Pequenos barcos infláveis (whale watchers) partem para observar de perto as mais de 20 espécies de baleias que freqüentam as águas açorianas.
Horta é cosmopolita, mas a cidade e a ilha conseguem se preservar.
Quilômetros de hortências recortam de azul o verde dos campos do interior da ilha. Existe o vulcão dos Capelinhos, submerso, que entrou em erupção em 1957, unido ao Faial dois ilhéus afastado da costa.
Porto Pin, praia de uma enseada paradisíaca, o Monte da Guia, de onde se descortina a ilha. Nas tascas (barraquinhas), deliciosos chicharros (peixinhos fritos) e “favas ao molho de unha”, entre outros comes e bebes

Ilha do Pico
- Poderoso Pico, com seu 2.351 metros saindo do mar e formando a ilha que leva o seu nome, esta montanha que é um vulcão adormecido, nos meses de inverno, fica coberto de neve.
O cais da Madalena é uma das três vilas da ilha. A principal atividade econômica da ilha é a vinha.
Falar de Pico é falara da caça a baleia: a foto famosa que corre o mundo, da cauda levantada de uma baleia no momento em que ela mergulha no mar, tornou-se uma logomarca dos Açores. A caça ao cachalote foi proibida na década de 1980, que era a principal atividade dos moradores.
Na vila das Lages o Museu dos Baleeiros e o Museu da Indústria Baleeira de São Roque do Pico.

Ilha São Jorge
- Quando se aproxima da ilha além de avistar as outras quatro ilhas do grupo central do arquipélago se tem a visão do fenômeno geológico único dos Açores, a costa escarpada, quase vertical são interrompidas por pequenas superfícies planas, as “fajãs”, provenientes de abatimento das falésias, que se estendem pelo mar. Todas elas convertidas em campos de cultivo, onde crescem o café, vinhas e frutas tropicais.
A vila Calheta é a outra vila da ilha de São Jorge, de beleza e plasticidade arquitetônica.
Os queijos de São Jorge são famosos não só no arquipélago.

Ilha Terceira
- A Ilha Terceira é um patrimônio arquitetônico. De forma circular, com uma topografia que intercala elevações com área bastante plainas, se tornou um dos grandes celeiros agropecuários dos Açores. Ainda hoje (2011) a pecuária leiteira e a cultura de vários produtos agrícolas mantêm parcela significativa de sua população no campo.
Associado a uma arquitetura bastante variada, em que se destacam, como de grande originalidade, os Impérios do Divino Espírito Santo, espalhados por toda a ilha, existem inúmeros atrativos naturais, com destaque para a caverna do Algar, os Biscoitos, o Monte Brasil.
Descoberta depois da Ilhas de Santa Maria e de São Miguel permaneceu durante muito tempo um mistério para os navegantes, que a viam surgir das ondas e em seguida desaparecer no nevoeiro.
Por volta de 1450, o flamenco Jacome de Bruges começou a povoá-la. Devido à sua situação privilegiada, a ilha era ponto de escala das rotas portuguesas do Atlântico e foi nela que Vasco da Gama , quando voltava da Índia em 1499, sepultou seu irmão Paulo Gama, no Convento de São Francisco.
Em 1534, Angra é a primeira povoação dos Açores a ser elevada a Vila (cidade).
No final daquele século, em 1581-83, foi um centro de resistência à União Ibérica (1580-1640), ficando famosa a Batalha da Salga, quando o exército espanhol muito mais numeroso, foi derrotado com o uso de uma manada de gado bravio. Foi exatamente esta ilha a última terra portuguesa a se render aos espanhóis.
O nome “Angra do Heroísmo” foi uma homenagem à resistência ao domínio espanhol. Tornou-se a sede da Capitania Geral das Ilhas, e foi nela que os reis da Espanha fixaram o Governo Geral dos Açores.
Outro importante acontecimento da história portuguesa que se desenvolveu na Ilha Terceira foi o Movimento Liberal contra o absolutismo de D. Miguel (irmão de D. Pedro I), tendo sido o local onde D. Pedro IV (D. Pedro I do Brasil), que desembarcou junto à cidade do Porto, para depois de muitas batalhas sangrentas derrotarem D. Miguel, pondo fim ao absolutismo em Portugal. Esta guerra, que custou quase cem mil mortes, ficou conhecida como a “Guerra dos Dois Irmãos”.
Foi nos Açores que D. Pedro IV assumiu a Regência de Portugal, em nome de sua filha, Dona Maria da Glória, que se tornou, posteriormente, rainha de Portugal com o título de D. Maria II.
O nome Praia da Vitória, foi uma homenagem prestada pelos reis de Portugal em reconhecimento pela bravura de seus habitantes frente aos exércitos miguelistas.
Angra do Heroísmo constitui-se no primeiro exemplo do urbanismo europeu do século XVI, em pleno Atlântico. Suas ruas conservam a arquitetura nas igrejas, palácios, museus, as muralhas da fortaleza que defendeu a cidade dos ataques corsários.
Em 1980, no primeiro dia do ano, um forte terremoto abalou as estruturas da Ilha Terceira.
Em 1983, Angra foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
No velho casario branco, emoldurado pelas montanhas que lhe formam pano de fundo, ainda se podem admirar as antigas casas rurais portuguesas, constituídas de um só andar, caiada com janela de guilhotina.
O maior vínculo da Ilha Terceira com a América não se deve apenas aos que emigraram. A ilha ainda abriga uma das mais importantes bases aéreas americanas no Atlântico Norte, de estratégica importância desde a Segunda Guerra Mundial, quando realizaram-se milhares de missões de bombardeio a partir da Ilha Terceira.
Durante a Segunda Guerra seu campo de pouso transformou-se no primeiro aeroporto da região. Desse tempo ficaram casamatas, camufladas pelos campos, e, incorporadas ao vocábulo, palavras de origem inglesa que não existem em outras regiões de Portugal.
Nos anos de 2001 e 2002, tem servido de base intermediária para as operações militares na Guerra do Afeganistão.

Ilha de São Miguel – Síntese dos Açores
- A maior e mais povoada das ilhas do arquipélago açoriano. O moderno Aeroporto João Paulo II, na cidade de Ponta Delgada, é o ponto de parada. Bela, unindo o moderno ao tradicional, a cidade é sede administrativa do Governo Autônomo dos Açores e do Concelho (com “c”) de mesmo nome, hoje com aproximadamente 70 mil habitantes.
Das avenidas largas aos edifícios modernos, das ruas estreitas ao casario multi-secular, de vários estilos arquitetônicos, em que se incluem palácios, conventos, fortes e construções avantajadas, do povo da Bretanha, que fala um linguajar com forte sotaque francês arcaico, aos que dominam diversos idiomas, esta é Ponta Delgada, a mais cosmopolita das cidades açorianas.
As lagoas do Fogo, Sete Cidades, as Furnas com águas termais, as Fumarolas, a usina geotérmica de produção de energia elétrica a partir do vapor vindo do interior da terra, as hortênsias em profusão ao longo dos caminhos e dividindo as propriedades, as marcas do terremoto do século XVI e toda infra-estrutura turístico empresarial fazem São Miguel em um lugar especial, em suas particularidades como as demais ilhas.

Ilha das Flores
- Como o próprio nome sugere, é um belo jardim, em que a natureza caprichou para adorná-la com um conjunto de lagoas e baias que a tornam especial ao descanso e lazer.

Ilha de Santa Maria
- Pioneira na ocupação dos Açores, e que segundo historiadores foi a primeira saber da descoberta da América, pelos próprios marinheiros de Cristovam Colombo.
Apresenta belezas naturais diferenciadas, sendo a principal a existência de praias de areias brancas, por fazer parte da placa africana.
Sua ligação com a ocupação do Brasil Meridional é pequena, ainda que alguns marienses tenham acompanhado as levas dos que emigraram para o Sul do Brasil no século XVIII.

Ilha do Corvo
- Um oásis de tranqüilidade num mar de isolamento.
Pequena com menos de 500 habitantes, pode dar-se ao luxo de praticar a democracia nos moldes da Grécia antiga.
Uma verdadeira grande família, que vive parte do ano submetida ao isolamento, pois as condições impostas pelas intempéries impedem a chegada ou saída de embarcações ou mesmo aviões.

Curiosidades:

Vale das Furnas:
- É possível cozinhar sopa, a partir do calor existente no subsolo. É colocada a panela fechada, contendo sopa, dentro de um tubo de cimento, com um pouco mais de 1 metro de profundidade, vedando o tubo. Após 4 horas, a sopa estará cozida, graças ao calor resultante do vulcanismo.

Fumarolas:
- Buracos em que fervem águas sulfurosas, com rochas líquidas, de forte teor de enxofre, com temperatura de mais de 200 graus.

Biscoitos:
- O nome “Biscoito”, seu uso entre a população açoriana para designar um tipo de pão de trigo miúdo, torrado, deveu-se a um conjunto de rochas vulcânicas que se apresentam bastante enrugadas e quebradiças, comum nos Açores, conhecidas como biscoitos.
Na Ilha Vitória existe uma freguesia com o nome de “São Pedro dos Biscoitos”.

Nota:
- Lá (Açores) como cá (Brasil), os habitantes das outras ilhas ou comunidades rivais são sempre vistos como diferentes, ensejando observações, mas com tolerância.

- Para nós da Villa Guayba (antiga Vila dos Pescadores), os “chamados diferentes”, muito ou pouco restou do açoriano em cada um, mas em nossas entranhas circula o cheiro de além mar, de passar o Atlântico para chegar a um porto seguro, aqui encontramos a cada esquina e cada rosto e a cada gesto destes irmãos do mar.
As semelhanças culturais e lingüísticas em relação às comunidades de origem açoriana do Arquipélago e do Sul do Brasil são visíveis, e estamos preparados para resgatá-las e preservá-las.


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