Século XX.
Nasce a Vila dos Pescadores
Villa Guayba Inserida na História
1900
O Mundo não Acabou
Belle Époque
- Nenhuma outra cidade brasileira materializou em sua fisionomia urbana a ideologia dominante, Porto Alegre e o Partido Republicano Rio-Grandense de inspiração político-filosófico Positivista, conseguiu dar uma cara aos prédios públicos e privados, transformando a capital na sala de visitas do Estado, espelho da Ordem, do Progresso e da Modernidade trazidos pela tardia penetração do capitalismo no sul do país.
Aqui pela primeira e única vez no mundo, a filosofia positivista foi acompanhada, nas mãos de Júlio de Castilhos, e por elementos muito mais positivistas que o próprio positivismo de Augusto Comte.
- Na zona sul de Porto Alegre na Chácara de José Joaquim Assunção, que abrangia quase toda a Ponta do Dionísio junto ao Morro do Cristal, foi aberto um caminho estreito até a orla do Guaíba (atual Avenida Pereira Passos). (Rios, Renata Lenira Ferreira, História de Bairros de Porto Alegre, 2000)
- Área na atual Vila Assunção e atual Villa Guayba (antiga Vila dos Pescadores).
Nota:
- Nesta época José Joaquim Assunção era o proprietário das terras localizadas na antiga Ponta do Dionísio, junto ao Morro Cristal. Na sua chácara reuniu diversas atividades, desde plantações e criação de animais. Primeiro dedicou-se a charqueada, depois iniciou um olaria, primeiramente puxada por burros, mais tarde foi a primeira olaria de Porto Alegre a ser movida a vapor.
As pedreiras existentes em suas terras de onde saíram às pedras para a construção do cais do Porto de Porto Alegre e inúmeros meios fios (marcação de ruas).
Gerou um desentendimento com as autoridades estaduais, devido às insistentes investidas em suas terras.
O projeto do Governo do Estado era transformar a pedreira do Morro do Cristal na Ponta do Dionísio em propriedade do Estado, pois consideravam o local excelente para ser transformado em asseio público (local de despejos de dejetos).
Para carregar as pedras até as obras do cais do Porto de Porto Alegre é estendida a linha da E. F. Riacho para o transporte do material.
Em 1900, Porto Alegre chega a 73 mil habitantes, concentrados no Centro.
Onde se mistura a elite e desclassificados, Habitantes de becos e cortiços,
Freqüentadores de bodegas e prostíbulos.
Porto Alegre ainda é uma cidade provinciana, mas não pode mais continuar assim.
- Os Tílburis (uma espécie de táxi) tinha pontos instalados de carros de aluguel, puxados a cavalo na Praça XV de Novembro (antiga Praça Conde D’Eu) em frente a Casa Negra, e na Praça Senador Florêncio (atual Praça da Alfândega), junto a Rua Sete de Setembro.
- Existe mais de 30 trapiches na área do Centro de Porto Alegre, projetando-se sobre o Rio Guaíba, esse caos era inaceitável para os republicanos positivistas, no qual a Cidade/Capital, sala de visitas do Estado, deveria ter um belo portal de entrada.
“É preciso melhorar o porto tanto do ponto de vista econômico como estético, e, sobretudo higiênico.”
- A modernidade chega a Porto Alegre, e o grupo positivista no poder necessita impor a construção de um novo imaginário.
“Articula-se um novo discurso sobre o urbano e elabora-se a imagem da cidade ideal.”
- A burguesia colabora com o ideal positivista, mas desenvolve uma representação cultural que serve como elemento ideológico.
Foi uma fase esplendorosa de novas construções, alargamento de praças e melhorias nos espaços públicos.
Os prédios desta época possuem características definidas em conjunto, como ecletismo arquitetônico.
Chega-se a conclusão de que são bons todos os estilos – grego, romano, renascentista, era vantagem para os arquitetos aplicá-los todos na mesma obra.
A idéia de grandiosidade perpassa a filosofia de Augusto Comte e esta expressa em todos os prédios.
- A Escola de Engenharia na Rua André da Rocha em frente à Praça Independência (atual Argentina) é o “primeiro prédio construído da era positivista”, em Porto Alegre.
A Burguesia está no Centro
- Porto Alegre melhora se moderniza rapidamente, a infra-estrutura é total, com suas avenidas e alamedas, mas é para poucos, limita-se aos mais abastados que moram no Centro. O que é bom está no Centro da capital.
Comércio e Indústria
- Nesta época da virada do século, em Porto Alegre, muitas empresas fecharam ou se fundiram, no caso as cervejarias, só restou a Cervejaria Continental, (depois Brahma, o prédio atual do Shopping Total).
- Junto com alemães a presença de italianos é uma constante, observa-se relativo monopólio destes em determinadas atividades, como açougues, sapatarias e alfaiatarias, assim como mo ramos de diversões públicas: - cinemas, restaurantes, cafés, confeitarias, enfim pontos de encontros dos porto-alegrenses da “Belle Époque”.
- A partir de Porto Alegre, escoadouro dos produtos coloniais, que se propiciou a acumulação da maior massa de capital monetário. De Porto Alegre eram distribuídos os gêneros da colônia para o interior do Estado e se providenciava o seu envio para o restante do país e para o exterior, como por exemplo, Hamburgo (Alemanha), centro consumidor dos artigos da área colonial alemã.
Na medida em que muitas destas firmas se dedicavam a importação, foram elas as responsáveis pela introdução não apenas de gêneros manufaturados estrangeiros, mas também de máquinas para as indústrias nascentes.
Em função do desenvolvimento da economia imigrante, Porto Alegre converteu-se no maior conglomerado urbano do Estado e o centro comercial de maior destaque na passagem do século XIX para o século XX.
Nas primeiras décadas do século XX em Porto Alegre, a Rua da Praia (dos Andradas), no Centro da capital é o espetáculo. Os comportados saraus e recitais da nata da sociedade cedem lugar aos freqüentadores de teatros que movimentam à noite, os restaurantes e cafés onde tomavam refrescos, bebidas ou ceavam após os espetáculos.
- Nas confeitarias tomar sorvetes, saborear doces e ouvir orquestras ao vivo.
Foram célebres no passado o Footing na Rua da Praia, um tipo de show no qual se é ao mesmo tempo ator e espectador. Aquele passeio a pé, numa rua ou numa praça, moças de um lado, rapazes do outro, trocando olhares, sorrisos, bilhetinhos.
“Em meio às transformações sociais do início do século, a vida familiar decai paulatinamente, a rua ganha nova dimensão e os novos comportamentos femininos chegam a surpreender.”
- A Rua dos Andradas é a vitrina da nova fase da prosperidade burguesa, o “ponto chic” de Porto Alegre, a passarela na qual o otimismo em relação ao futuro desfila.
Mas o espetáculo da vida real é mesmo o que encanta o porto-alegrense:
- Rodas de estudantes e de tipos variados observam o ir e vir das moças e senhoras em longos e elegantes vestidos, numa espécie de ritual coletivo de sedução que marcaria a Rua da Praia pelas décadas seguintes.
- O comparecimento diário ou semanal à Rua dos Andradas, nessa época, é condição básica para quem deseje existir socialmente.
(O cronista Carlos Reverbel definiu essa freqüência como condição básica para o indivíduo não ser zerado da sociedade).
- Uma das novas diversões dessa gente é o Cinema em seus primeiros anos de cinematógrapho.
- Os homens possuem seus espaços exclusivos, freqüentam os cafés, Guarany, América, Colombo e muitos outros localizados na Rua da Praia são o termômetro da opinião pública. Em suas mesas vêem-se altos funcionários, negociantes, estrangeiros, gente que mantém relações com jornais e revistas. Acontecimentos políticos são discutidos e até planejados ali. Existem as famosas casas freqüentadas somente por homens, e meretrizes, chamadas “da vida”.
- As mulheres, embora mais coquetes, freqüentam as confeitarias e casas de chá, o recato ainda é primordial.
- Entre a juventude a moda é pedalar, que elegeu o ciclismo como esporte preferido.
- Em Porto Alegre, neste início de século é fundado pelo belga Pierre François Alfonse Mabilde, o Estaleiro Mabilde (1856-1948), começou como uma oficina próxima a um trapiche no Centro, próximo ao Centro.
Instalou-se e prosperou na Ilha da Pintada até ser arrasado pela enchente de 1941.
Dois anos depois foi adquirido pela Cadem.
Em 1947, quando possuía 467 funcionários, o velho estaleiro foi encampado pelo governo.
Em 1900, em Porto Alegre, o futuro Estaleiro Só, com a entrada na empresa Só e Cia., dos filhos de Manoel da Silva Só; Julio Martinho da Silva Só, José Álvaro da Silva Só, a empresa ganha nova alteração, passando a chamar-se Só e Filhos.
Em 1900, em Porto Alegre, é convidado a morar na cidade o Príncipe de Ajudá - José Custódio Joaquim de Almeida (1832-1936), após atenuar a doença de um dos mais poderosos políticos do Rio Grande do Sul e do Brasil, Júlio de Castilhos.
Após consultar os búzios, que autorizaram a viagem, o Príncipe Negro viaja a Porto Alegre.
Em 1º de janeiro de 1900, em Porto Alegre, entrou em funcionamento a Estrada de Ferro Dionísio, ligando da Estação Riacho a praia da Pedra Redonda na zona sul. (Koseritz Deutsche Zeitung)
Em 17 de fevereiro de 1900, em Porto Alegre, é fundada a Faculdade Livre de Direito, nas dependências da Escola Normal.
Em 1901, na Oceania, a Austrália, possessão britânica, torna-se federação unindo suas 6 províncias.
Em 1901, em Porto Alegre, chega o Príncipe d’Ajuda José Custódio Joaquim de Almeida que se mudou para a capital, chegando com 70 anos de idade.
Foi morar no atual Bairro Cidade Baixa, na Rua Lopo Gonçalves, nº 498, cujos fundos davam para a Rua dos Venezianos (atual Rua Joaquim Nabuco), mas logo que o Príncipe ali se instalou, passou a rua a ser preferida pela gente de cor que procurava com isso acercar-se do homem que incontestavelmente, era um líder de sua raça.
Em 1901, em Porto Alegre, é inaugurado o prédio da Intendência Municipal (atual Prefeitura Velha, local de despacho do Prefeito), construção iniciada em 1893, com 4 mil m², com o nome de Paço dos Açorianos (antigo Largo dos Ferreiros), em estilo neoclássico.
As esculturas que ornamentam a fachada representam a Economia, a Educação e a Política (existe uma estátua da Liberdade na fachada).
É guardado por dois leões de mármore em cada escadaria lateral, que representam o Poder e a Força, colocados mais tarde; e possui no seu interior figuras artísticas de bronze francesas. Tombado em 1979.
Localizada na atual Praça Montevidéu.
Em 24 de fevereiro de 1901, em Porto Alegre, é inaugurada a Grande Exposição Estadual, o século XX chegou trazendo ares de modernidade, enquanto recém-nascidas indústrias engatinhavam sob o olhar paternal da República.
Nesse cenário, para comemorar uma década da proclamação do novo regime, organizou-se a Exposição Estadual.
Prevista para ter início em 15 de novembro de 1900, ela acabaria sendo inaugurada em fevereiro de 1901.
Nesse dia, ao adentrarem o Campo da Redenção – cuidadosamente ajardinado para a ocasião, autoridades e visitantes encontraram, entre os 60 pavilhões das principais cidades gaúchas, milhares de expositores, sendo que, destes, mais de 300 eram de fábricas do Estado. Exibidas ali estavam às riquezas do Rio Grande do Sul e os produtos de maior qualidade e inovação.
Considerada o embrião da Multifeira e a atual Expointer, a Exposição Estadual de 1901 teve um total de 67 mil visitantes e fez a festa dos fotógrafos da época.
- Neste início de século é fundado pelo belga Pierre François Alfonse Mabilde, o Estaleiro Mabilde, prosperou na ilha da Pintada até ser arrasado pela enchente de 1941. Dois anos depois foi adquirido pela Cadem.
Em 1947, quando possuía 467 funcionários, o velho estaleiro foi encampado pelo governo.
De 1901 a 1923, em Porto Alegre, funcionou em sua primeira fase, a Academia Rio-grandense de Letras.
Pinto da Rocha e Cesar Castro fundaram a Academia de Letras do Rio Grande do Sul, que se reuniu de 1910 a 1924.
Ari Martins e outros intelectuais organizaram o Instituto Rio Grandense de Letras, que teve curta duração de 1932 a 1934.
Em 1935, com a comemoração do Centenário Farroupilha, retornou a funcionar a Academia Rio-Grandense de Letras.
Durante o ano de 1943, escritores resolveram fundir as duas academias em uma só.
Em 1902, em Porto Alegre, é construída a Hydráulica Guaibense (atual Hidráulica do Moinhos de Vento), no arraial São Manuel (Moinhos de Vento), no alto do espigão.
Em 1903, em Porto Alegre, nasce o Foot-Ball.
- Era muito comum nos primeiros anos do século XX, em Porto Alegre, os caixeiros de nossas casas de comércio reunirem-se, antes da abertura dos estabelecimentos, para palestrar sobre política e outros assuntos. E um ponto de reunião que se tornou famoso foi o local fronteiro a antiga Praça Paraíso (Praça XV de Novembro), onde participavam os empregados de importantes casas situadas defronte e no início do Caminho Novo (Rua Voluntários da Pátria).
A reunião era na porta da Casa Carlos Júlio Becker, onde trabalhavam o sorocabano Cândido Dias da Silva, ou na porta da Farmácia Calléia, onde era empregado Pedro Haefner, que exerciam liderança sobre o grupo.
Ponto movimentado; havia nos arredores três famosas tabacarias: - Casa Negra, Casa Pavão e Casa Tigre. Além da importante Casa Pimenta, Schneider, Germano Lemck e tantas outras.
- Candido Dias da Silva recebeu de presente uma bola de couro dos irmãos em São Paulo.
Mostrou aos amigos que resolveram ir fazer um piquenique na Cascata da Glória, em um domingo, levados de bonde puxados por burros.
Pedro Haefner teve a idéia de escrever e perguntar aos irmãos de Cândido a maneira de utilizá-la, foi enviada a “Referee Chart” traduzida do inglês, nas regras oficiais havia um apêndice da maneira de “shootar” bem e também como organizar uma sociedade.
Em 30 de janeiro de 1903, em Porto Alegre, é fundado o Museu Histórico do RGS, ainda sem sede, somente acervo.
Em 1905, com a morte de Julio de Castilhos o Governo do Estado adquire sua casa dos herdeiros, e ali instala o denominado Museu Julio de Castilhos, na Rua Duque de Caxias.
Em 07 de setembro de 1903, em Porto Alegre, o Sport Club Rio Grande, de Rio Grande, a primeira agremiação de futebol do Brasil (fundado em 1900 por ingleses e alemães), faz uma apresentação de um “match” de “foot-ball” nos Campos da Várzea (Redenção), por esforço do desportista Oscar Canteiro.
O grupo de vinte jovens do futuro Grêmio FBPA e do Fuss-Ball compareceram no jogo, e observaram os “players”.
No meio do jogo furou a bola, os rapazes do Grêmio emprestaram a sua única para terminar a partida.
No fim do jogo solicitaram informes sobre o que deveriam fazer para a fundação da agremiação.
- O Grêmio Football Porto-Alegrense nasceu da bola do Cândido Dias, dito pelo fundador Pedro Haeffner, que na época era funcionário da Farmácia Calleya, integrava o grupo de fundadores, afirmação feita ao Correio do Povo em abril de 1949.
As reuniões foram feitas no nº 47 da Rua Santa Catarina (Dr. Flores), na “república” onde residiam Joaquim Ribeiro e Cândido Dias. Correu a Lista, nem todos assinaram.
A reunião oficial aconteceu no Salão Grau. Era um dos “3-11” que existiam em Porto Alegre e estava situado em frente à Praça XV (junto a Galeria Chaves).
Em 15 de setembro de 1903, em Porto Alegre, é fundado por rapazes da colônia alemã o tricolor Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense; as cores foram apresentadas por Joaquim Ribeiro, havana, branco e preto, Cândido Dias (o dono da bola) queria o encarnado no lugar do havana (cores do Estado de São Paulo), mas foi vencido por três votos e saiu da diretoria.
Na dificuldade de encontrar a cor havana na praça para confecção das blusas, em outra reunião, por unanimidade apontando o azul no lugar do havana.
O brasão nasceu da bola de Cândido Dias, seu dono.
O local dos primeiros ensaios (treinos) era escolhido durante a semana, à maioria opinava:
- No fim da linha de bondes da Glória, no Morro da Polícia.
- Na Várzea do Gravataí, onde havia a invernada da Brigada Militar (esta cedia suas instalações para servir como vestiário).
- Após os treinos foram para o local onde está instalado o 4º Distrito Policial em São João.
- Treinou também no campo que existia na Dr. Timóteo, entre a Floresta e Marquês do Pombal, onde esteve em trato adquirir o terreno.
A União Velocipédica, a mais famosa de Porto Alegre. Possuía o melhor velódromo do país, na esquina da Rua Conceição com o Bom Fim, onde havia acontecido à apresentação do Rio Grande F. C., ofereceu o seu local para os treinos do novo clube, ali começou os ensaios para o primeiro “match”, muitos sócios da União Velocipédica se associaram ao Grêmio FBPA, entre eles Augusto Koch.
- O grande artífice da ida do Grêmio para a Baixada dos Moinhos de Vento foi o major Augusto Koch que já no fim de 1903 sugeria fosse à “novel” agremiação tricolor instalada na “Schuetzverein Platz”.
Nomeada uma comissão para proceder ao reconhecimento do terreno e apresentar parecer, a mesma aprovou sem restrições.
O encarregado da venda do terreno queria dinheiro vivo (que não existia), necessitava o Grêmio de 10 contos de réis, mas este numerário não existia, pois este estava fundado à apenas quatro meses.
Augusto Koch com sua fibra apelou a amigos e conseguiu a quantia por empréstimo do Sr. Waldemar Bromberg e efetuou a aquisição do “fortim”.
O gramado da Mostardeiro ou Baixada, considerado depois de estruturado o melhor do Brasil, com seu palanque em madeira, onde equipes famosas vergaram-se ante ao esquadrão “mosqueteiro”.
Para a torcida do “glorioso” o “fortim” da Baixada era o próprio Grêmio FBPA.
Em 15 de setembro de 1903, em Porto Alegre, depois da apresentação do S. C. Rio Grande em 07/09/1903 foi fundado por alemães membros da agremiação Blitz o Fuss-Ball Club Porto Alegre, time de futebol, verde e branco, que dois meses depois foi instalado num campo aos fundos do Velódromo da Blitz, cedido pelo Dr. Vitor Englert, a agremiação já estava bem constituída, mas no início não tinha bola, esta encomendada ao Sr. Ricardo Weinheber, cunhado do Sr. Schnitzer, um dos fundadores. A bola quando chegou não era bem redonda e ficou conhecida como “ameixa”.
Em 24 de outubro de 1903, em Porto Alegre, falece Julio Prates de Castilhos (29.06.1860-24.10.1903) de um câncer na garganta (fumante inveterado), o Governo do Estado homenageou, de forma sem precedente, o endeusado “Patriarca do Rio Grande do Sul”.
O seu enterro se fez uma estupenda consagração popular, arrancando de Pereira Cunha, o último romântico da tribuna do Rio Grande do Sul, aquela imagem de que tanta tristeza e tantas lágrimas, dando a impressão que o povo ia a caminho do cemitério conduzindo seu próprio coração.
Seu túmulo uma obra de arte no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia.
A Oração Panegírica diz:
“A sepultura deste grande homem há de ser para os seus contemporâneos a Meca das romarias mulçumanas e para os pósteros será como o Pantheon de Agripa aos modernos forasteiros, que vão, ainda hoje, visitar nas ruínas da Roma lendária da loba amamentando os gêmeos, não a grandeza desse monumento, que resistiu a derrocada dos césares, à erupção dos bárbaros, à revolta das idades, mas a modesta simplicidade da tumba...”
“... À campa do Júlio, irá, por ora, tão somente a multidão dos fanáticos que o amaram em vida, porque o fanatismo é a última expressão alevantada e nobre da admiração e do respeito de quem já não pode traduzir pela palavra o estuar do sangue...”
- Foi esse fato um acontecimento da maior relevância para história política e mesmo sociológica do povo rio-grandense, em cujas idéias de Augusto Comte tiveram franca e profunda expansão.
Na Religião da Humanidade, atualmente não existem ecos naquela sentença dogmática:
“Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos”.
Julio de Castilhos vai e nos deixa o lema positivista que pregava diante do pavilhão nacional:
“O Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por fim.”
“Ordem e Progresso”
Em 18 de novembro de 1903, em Porto Alegre, na residência de Joaquim Ribeiro, estavam reunidos dirigentes e sócios do Grêmio FBPA, quando de surpresa se apresentou o Sr. Reinaldo Schoeler, “capitain” do Fuss-Ball Clube Porto Alegre para convidar o coirmão para uma tarde esportiva, o pedido foi aceito, e já nomeada uma comissão. Várias reuniões tiveram a incumbência de organizar a primeira tarde de futebol entre “players” da capital. A resolução foi de realizar dois jogos, mas divididos em “quatro páreos” (quatro tempos). Deveriam se realizar outros dois em caso de empate.
Os prêmios: Vereinpreiss, ou seja, prêmio das sociedades e
Wenderpreiss, ou seja, prêmio móvel.
Interessante é que é a mesma denominação dos prêmios das primeiras regatas realizadas anos antes.
O Sr. Guetschow, gerente da filial do Banco Alemão ofereceu o prêmio para ser disputado em definitivo, entres os quadros secundários. O prêmio principal e as medalhas foram encomendados da Alemanha.
O primeiro jogo foi marcado para 06 de março de 1904, havia quatro meses para treinar.
- Os treinos foram iniciados intensivamente. Seguiam os sócios das duas sociedades para os campos, de manhã cedo e regressavam a hora do comércio abrir. Nos domingos os treinos eram mais “puxados” como se dizia.
O movimento era grande nos pontos de reunião dos dois clubes. Falava-se do confronto como um grande acontecimento.
E assim a iniciativa do Fuss-Ball, lançada pelo desportista Reinaldo Schieler, ciclista, remador de notáveis qualidades, nome já famoso no acanhado ambiente esportivo de Porto Alegre.
No final de 1903, em Porto Alegre, o intendente municipal Dr. José Moutaury de Aguiar Leitão, entrou na cogitação de ser incluído na representação do Estado do Rio Grande do Sul na Exposição de Saint Louis de 1904 (EUA) “maior evento do início do século XX”, convidava o Grêmio FBPA a “novel club” para enviar umas fotografias de seus quadros para ornar a mostra do Estado.
A foto foi feita com o fardamento da fundação em 1903.
Figuram no quadro 23 “players”, com a blusa de listras horizontais, gravata branca e um bonêt na cabeça, meias pretas e sapatos brancos. No centro uma placa do club e a famosa bola.
Assim nasceu o primeiro clássico de futebol de Porto Alegre
Fuss-Ball x Grêmio FBPA
Em janeiro de 1904, é noticiado em Porto Alegre:
- O Fuss-Ball Clube Porto Alegre convidou para um match o Grêmio Porto Alegrense, o primeiro.
- Este aceitando o convite iniciou seus treinos na rua Dr. Timóteo, proximidades da Floresta.
- O match deverá ser realizado na cancha do Fuss-ball ao lado do Velódromo da Blitz.
- Pelos dois clubes foi instituído o prêmio “Viajor”.
Ao vencedor desse páreo, será oferecido como prêmio um bonito copo de metal branco e ao outro um copo de louça.
Os dois prêmios que são de gosto estão expostos na vitrine dos Srs. Luiz Woelker e Cia., à Rua dos Andradas.
Em 1904, em Porto Alegre, é lançado ousado projeto do presidente do Estado Borges de Medeiros:
“Porto Alegre, porto de mar”.
- Era a idéia da construção do Porto de Porto Alegre, a cidade trazia a palavra “porto” até no nome, que recebera os imigrantes, surgir os estaleiros e assistira ao comércio e a indústria se desenvolver.
Era um porto no fim de duas linhas:
- Aquela que vinha do mar via Rio Grande à cidade,
- A outra, que partindo dos portos fluviais, às margens dos rios formadores do Guaíba ali encontrava o seu terminal.
Até o início do século XX, o cais de Porto Alegre era acanhado e ineficiente, centenas de trapiches se alinhavam rio à dentro.
O plano esbarrou na burocracia e nos meandros da política. Nada foi realizado até 1911.
Em 1904, em Porto Alegre, está o corredor italiano José Porro, noticiado como grande sensação, este desafiava todos até cavalos. Corria nos prados da capital: - Rio Grandense, Boa Vista e Navegantes e também em São Leopoldo, e vencia sempre com larga diferença.
Em 1904, em Porto Alegre, o município encampa os serviços da Hidráulica Guaibense e os Reservatórios dos Moinhos de Vento.
Em 06 de março de 1904, domingo, em Porto Alegre, se realiza o primeiro clássico de foot-Ball (Futebol) entre o Fus-Ball Club Porto Alegre e o Grêmio FBPA.
O “match” (jogo) está marcado para as 3 horas da tarde, para a disputa do Wanderpreiss e Vereinpreiss.
A entrada para a cancha no Velódromo Blitz, cujos sócios são convidados.
O match se realizou na cancha do Fuss-Ball, que custeou as despesas com a festa.
Os jogos eram alternados, primeiro um tempo principal, em 30 minutos, depois um tempo do jogo secundário, em 20 minutos e depois os outros dois tempos, alternados com a mesma duração do primeiro. E não valia empate. Haviam previsões para os “páreos” suplementares para decidir de qualquer forma os prêmios.
Times:
Vereinpreiss
Azul-preto: A. Koch (capitão), P. Strehlau, E. Panitz, J. Geskhe, E. Geyer, P. Schuck, G. Kallfelz, A. Brochado, E. Gerlach, O. Muessnich.
Verde-branco: H. Brenner (capitão), R. Campani, Rud. Schoeler, Jacob Schmitt, E. Schmit, Th. Reiniger, W. Heckmann, W. Falk, F. Strattmann, W. Assmuss, E. Becker.
- O Grêmio FBPA foi o vencedor por um goal.
Wanderpreiss
- O Wanderpreiss será disputado de seis em seis meses, para ficar de posse definitiva do vencedor, deverá ser ganho três vezes consecutivas. Ao vencedor compete realizar a festa seguinte.
Azul-preto: O. Siebel (capitão), A. Knewitz. C. Faedrich, G. Uhrig, P. Huch, A. Siebel, A. Schwarz, A. Cattaneo, P. Cleres, J. Knewitz e J. Stelczyk.
Verde-branco: Rein. Schoeler (capitão), O. Matte, A. Matte, W. Trein, O. Schmitt, O. Schatza, A. Becker, O. Heuser, T. Kraemer, E. Becker.
- O Grêmio FBPA (azul-preto) foi o vencedor do Wanderpreiss, não se sabe a quantidade de goals e nem quem foi o autor.
Juizes: Waldemar Bromberg de linha Eugenio Sattler, e Candido Dias, no Wanderpreiss e Germano Steigleder Sobrinho e Afonso Knewitz, no Vereinpreiss.
Em 1905, num domingo, em Porto Alegre, é feita a primeira apresentação de um balão de hidrogênio, pelo português e sua esposa, no picadeiro do Circo de Touros no Campo da Redenção:
- No primeiro domingo o balão, pegou vôo e por causa do vento, caiu junto ao Riacho na Rua João Alfredo.
- No segundo domingo, em companhia de sua esposa o vôo foi bem sucedido, subiu do picadeiro e sobrevoou o centro da cidade se dirigindo sobre o Guaíba e descendo em Pedras Brancas (atual cidade de Guaíba).
Em 1905, em Porto Alegre, o intendente José Montaury para aumentar a vazão do Riacho (Arroio Dilúvio) que transbordava rapidamente nas chuvaradas, foi aberto um Canal em linha reta retirando a curva na altura da Ilhota que se formava junto a Praça da Concórdia (atual Praça Garibaldi) e se juntava ao Arroio Cascata, gerando muitas calamidades no local.
Em 1905, em Porto Alegre, é fundado a Escola de Guerra.
Em 1905, em Porto Alegre, após o suicídio da viúva de Júlio Prates de Castilhos, a casa da Rua Duque de Caxias é adquirida de seus herdeiros pelo Estado e ali instalou o Museu Júlio de Castilhos.
Em 1906, em Porto Alegre, a Estrada de Ferro do Riacho/Tristeza, levava os dejetos até a Ponta do Dyonísio, a cidade ainda era desprovida de esgoto, quase que totalmente.
Em 1906, em Porto Alegre, o presidente do Estado Borges de Medeiros, com relação ao Porto de Rio Grande, única porta de entrada do estado, disposto a mudar de vez a situação que se mantinha atrasado e distante dos mercados.
Fez um acordo com o engenheiro Elmer Cortheill, que organizou a Company Porto of Rio Grande do Sul (com sede nos EUA) para construir o porto e explorá-lo por 70 anos.
Já dizia o “Tribuno” Gaspar Silveira Martins:
“A barra não tem querer”, tonitruou o caudilho quando lhe disseram que um navio não pudera entrar em Rio Grande devido as imposições da “Barra Diabólica”, o braço que às vezes dava acesso ao único porto de mar gaúcho, e por mais de dois séculos a vontade que se impôs foi a da Barra.
Em 24 de janeiro de 1906, em Porto Alegre, a Companhia de Carris de Ferro Porto-Alegrense - CFPA e a Companhia de Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, se fundiram e formaram a nova Companhia Força e Luz Porto-Alegrense - CFLPA, que mais tarde passou a operar todas as rotas de bonde e serviços elétricos na cidade.
A CFLPA começou a eletrificação do sistema de bondes, estabelecendo medidas padrão de 1.435 mm, bitola.
Em 14 de abril de 1906, em Porto Alegre, para melhorar o transporte coletivo as duas empresas de “transway” de tração animal fizeram uma fusão e assinaram contrato com a municipalidade, a Cia. Carris de Ferro Porto-Alegrense e Cia. Carris Urbanos e constituíram a Cia. Força e Luz e construíram a Usina Elétrica para a eletrificação do sistema de bondes e fornecimento de energia elétrica.
Em 15 de abril de 1906, em Porto Alegre, chega o primeiro Automóvel, um De Dion Bouton importado pelos irmãos Grecco, proprietários do Cinema e Theatro Apolo, Januário Grecco (o Genarino) não sabia dirigir, disseram que havia um presidiário italiano que havia sido motorista na Itália, foi pedida uma autorização ao governador Borges de Medeiros e ao intendente (prefeito) José Montaury, e contratou o serviço do preso da Casa de Correção, os Grecco se prontificaram a guardar o preso, e assim andavam para cima e para baixo.
O segundo motorista da família foi o Armando (um senhor moreno, escuro, tipo índio), os filhos de Grecco faziam gato e sapato dele.
Em 22 de agosto de 1906, em Porto Alegre, a Cia. Carris encomendou 37 bondes elétricos da United Electric Co. em Preston, Inglaterra. A United Electric foi renomeada em 1918 e se associou com a Dick, Kerr & Co., foram numerados de 1 a 37, para circular na nova rede eletrificada sendo construída e inaugurada em 1908.
Em 03 de outubro de 1906, em Porto Alegre, acontece a “primeira Greve Geral”, a principal reivindicação dos cerca de 3 mil trabalhadores parados era a redução da jornada de trabalho de dez horas. Queriam oito horas para homens e seis horas para mulheres e crianças.
Nem na Europa, onde os socialistas só perdem em força para os católicos, fez-se essa concessão, bradou a certa altura o líder dos patrões, o major Alberto Bins, dono da Fundição Berta via casamento e futuro intendente de Porto Alegre. O governo do Estado através do presidente Borges de Medeiros deixou que a burguesia resolvesse, na esfera privada as demandas dos trabalhadores, e ao mesmo tempo por meio da Brigada Militar, comandou a repressão.
O líder dos trabalhadores Francisco Xavier da Costa, ainda tentou a redução da jornada de trabalho para 8 horas e 45 minutos, mas não obteve sucesso.
Em 21 de outubro de 1906, em Porto Alegre, a Greve Geral terminou;
- o Partido Socialista, fundado em 1897,
- o Partido Operário Rio-Grandense, fundado em 1905, sofriam a influência dos social-democratas alemães, e a praticavam nos sindicatos.
Em 1907, em Porto Alegre, o governo do Estado, destinara 2% de todos os impostos recolhidos a Escola de Engenharia e em 1909 seria 4%, era dinheiro suficiente para a arrancada na aquisição de terrenos, prédios e equipamentos escolares que constituiriam o patrimônio básico da futura Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em 1907, Porto Alegre tem 127 fábricas diversas.
Até 1908, em Porto Alegre, começam a funcionar quatro outros cursos superiores: - Instituto Eletrotécnico (atual Instituto Montaury), o Instituto Astronômico e Meteorológico, o Instituto de Belas Artes, e a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.
Em 1908, em Porto Alegre, Manoel Py investe além da fiação, e funda a Companhia de Força e Luz Porto-Alegrense, que trouxe os bondes elétricos a capital e a Companhia Telefônica Rio-Grandense.
Em 1908, em Porto Alegre, foi realizado o Torneio de Tênnis de Porto Alegre, com a participação de tenistas do Club Walhalla e da Sociedade Ciclística Blitz.
Em 1908, em Porto Alegre, Francesco de Velutiis, esclarece as autoridades italianas que a “colônia urbana italiana” é numerosa, mas “relativamente modesta” e que se compõe de pequenos negociantes, artífices, artesãos e operários. Assinala que são poucos os vendedores de bilhetes, pois o concessionário da Loteria já não é mais um italiano que proporcionou trabalho a muitos conterrâneos.
Com preconceito lamenta que a maioria destes “não participa da vida coletiva; vive em ambiente separado, torna-se parente de gente brasileira, entra na sociedade indígena”.
Sobre a venda de bilhetes de loteria em Porto Alegre, diz a charge:
“Os vendedores de bilhetes de loteria chegam em bando da Calábria e assaltam o povo. Onde está a Polícia que não vê essa invasão de gafanhotos impertinentes.”
Em 1908, em Porto Alegre, entra em funcionamento a Usina Elétrica Municipal, na Rua Voluntários da Pátria com Rua Coronel Vicente.
Em 1908, em Porto Alegre, é fundada a Padaria Portuguesa, que daria origem a Massas e Biscoitos Coroa no bairro Camaquã, na zona sul da cidade.
Em 25 de janeiro de 1908, em Porto Alegre, assume como presidente do Estado o Dr. Carlos Barbosa Gonçalves (25.01.1908-25.01.1913) vencendo o opositor Fernando Abott (candidato dos federalistas e dissidentes republicanos) e a desistência em concorrer de Borges de Medeiros que o indicou pelo PRR.
Em 10 de março de 1908, em Porto Alegre, inaugura os “tramway elétricos” Sistema Eletrificado Ferro Carril, os bondes 36 e 37 de dois andares, com 8 bancos no primeiro andar e mais 7 colunas de assentos no teto abrem a linha de bondes elétricos em Porto Alegre. Os bondes elétricos tiveram boa acolhida por parte do público, pois diminuíram o tempo e aumentou o número de viagens aos seus destinos.
- A cidade de Porto Alegre foi à única do Brasil a utilizar bondes de dois andares, apelidados de “Imperiais”, também conhecido pela população como “Chopp Duplo”. Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação.
As linhas iniciais foram:
- Menino Deus, Partenon, Glória e Teresópolis.
A partir de 1909, em Porto Alegre, a Cia. Fiat Lux passou a fornecer luz “24 horas por dia”.
Foi o fim da era dos acendedores de lampiões, retratados pelo fotógrafo Lunara, no alvorecer do século XX. (falta a foto)
Em 1909, em Porto Alegre, é fundada a Escola Técnica do Comércio.
Em 1909, em Porto Alegre, é inaugurada a segunda Estação Ferroviária da cidade, era uma estação maior, de alvenaria próxima a estação original.
A frente era para a Rua Voluntários da Pátria, esquina com Rua da Conceição, prédio recortado, com dois andares e uma torre.
No térreo, à direita a bilheteria e um quarto de bagagem; à esquerda o buffet, a sala para senhoras e o toilette.
Temporadas Líricas
- Porto Alegre vai assistir a eufórica multiplicação de salas inauguradas, incorporando o Cine-Theatro, entre elas: - Apolo, Coliseu, Carlos Gomes, Avenida, Orfeu, Imperial e o Continente (na Estrada da Várzea, atual av. João Pessoa). Além do cinema as salas prestaram-se à música de concertos e a espetáculos líricos como óperas, operetas e zarzuelas, junto com o Theatro São Pedro.
Em 1909, em Porto Alegre, a “Temporada de Espetáculos” foi em duas etapas (abril-maio e agosto-setembro), tendo 36 apresentações com espetáculos quase diários, como se verifica nesta pequena amostragem dos últimos 10 dias de abril:
- Um Baile de Máscaras (20), Os Palhaços e Cavalheria Rusticana (21), Fausto (23), O Trovador (24), A Traviata (25), Ernani (26), A Gioconda (27) e Norma (30).
O “Trovador” foi récita de gala em homenagem ao senador Pinheiro Machado que esteve acompanhado pelo Presidente do Estado Dr. Borges de Medeiros. A ópera era homenagem especial a personalidades celebres.
A falta de regularidade e continuidade nas programações é compensada pela aquisição cultural das imigrações, pelas guerras mundiais e pela posição geográfica privilegiada no circuito Rio de Janeiro/ São Paulo - Montevidéu/ Buenos Aires, que favoreceu a vinda de artistas do exterior do Metropolitan, Scala ou Convent Garden, apresentando-se no Theatro São Pedro (Praça da Matriz), Cine-Theatro Apolo (Rua da Independência) ou Cine-Theatro Coliseu (Rua Voluntários da Pátria).
Na década de 1902 a 1912, só falharam em 1903 e 1906.
As novidades européias se sucediam. A Boemia, de Puccini, estreou em Porto Alegre seis anos após a estréia em Turin (Itália). A Tosca e a Viúva Alegre, somente quatro anos.
Em 1915 a ópera Rigoletto foi cantada no Theatro São Pedro e depois no Cine Theatro Apolo, na Rua da Independência, por Galli-Curci e Hipólito Làzaro (Os maiores tenores da época). Havia público para apreciar os bons espetáculos e Porto Alegre tinha só 100 mil habitantes.
Em 1947, se apresentou no Theatro São Pedro o famoso tenor italiano Beniamimo Gigli, a fila por um lugar nas gerais começou ao meio dia, atingindo a Praça da Matriz, era o concerto só as 21 h.
O entusiasmo manifestava-se para as representações líricas e para concertos instrumentais e vocais, algumas relações de nomes:
- Em 1948, Cláudio Arrau, Wilhelm Kempf, Walter Gieseking, Ernesto Dohnnanyi, Jacques Thibaud, Bernard Michelin, Erna Sack...
- Em 1949, Aaron Copland, Nikita Magaloff, Friedrich Gulda, Willehm Kempf, Walter Gieseking, Henrik Szeryng, Isaac Stern, Fedora Barbieri, Ferrucio Tagliavini, Os Meninos Cantores de Viena (levando também ópera de Mozart)...
- Em 1950, Witold Malcuzynski, Yehudi Menuhin, Pierre Fournier, Friedrich Gulda, Marian Anderson, Tito Achipa, Frei José Mojica, Aldo Ciccolini, Andres Segovia, Salomon, a Familia Trapp, e estréia da OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Porto Alegre chega à segunda metade do século XX novamente ao ostracismo, sendo abandonada pelos grandes nomes e eventos, mas houve maior espaço para artistas locais, a cidade só volta ao roteiro mundial no fim do século XX.
Em 1909, em Porto Alegre, no Centro, inauguram-se quatro “salas de cinema” na Rua da Praia (Rua dos Andradas), todas de frente para a Praça da Alfândega: - Recreio Ideal, Recreio Familiar, Berlim e Rio Branco.
Em 04 de abril de 1909, em Porto Alegre, é fundado por influência de três paulistas, os irmãos Poppe, o “alvi-rubro” Sport Club Internacional, time de foot-ball (futebol), adotando as cores vermelho e havana (na dificuldade de achar a cor), foi substituído pelo branco. A maior parte de seus fundadores simpatizava com a Sociedade Venezianos (carnavalesca de cor vermelha).
Em 15 de junho de 1909, no Brasil, Rio de Janeiro, Capital Federal, Nilo Procópio Peçanha (15.06.1909-15.11.1910), sétimo presidente da República, Carioca, Partido Republicano Fluminense – PRF, sem Vice.
Era vice-presidente de Afonso Pena, com a morte deste assume a presidência.
Em 21 de junho de 1909, em Porto Alegre, Antenor Lemos líder no Internacional, solicita permissão a Augusto Koch do Grêmio para levar a presença dos diretores uma comissão do novo clube de foot-ball (futebol).
Na Sociedade Leopoldina de Porto Alegre, estavam reunidos os diretores do Grêmio FBPA Augusto Koch, Álvaro Brochado, Guilherme Kallfelz e Julio Grunewald, quando Antenor Lemos introduziu a comissão alvi-rubra, integrada de Juvelino César, Tomás Madeira Poppe e o cel. Alcides Ortiz, este portador do pomposo título de “Presidente Honorário” do Sport Club Internacional fundado somente a dois meses.
O cel. Ortiz apresenta a nova agremiação a “mais antiga, de mais prestígio e de grande conceito” para realizar um jogo, que não seria oficial, era somente para tornar o Internacional conhecido.
O Grêmio aceitou, mas colocava o segundo quadro a disposição, Antenor Lemos não concorda, agradece, mas exige o primeiro quadro.
O Internacional queria a publicidade. E ficou resolvido. O desafio seria no dia 18 de julho, no “ground” do Grêmio, na Baixada na Rua Mostardeiro, ficou resolvido convidar o desportista Feodor Jacobi para juiz.
Tomás Madeira Poppe, no final apresentou-se. Disse seu nome, e mais, que era redator do “Estado de São Paulo”, colocando as colunas do grande jornal ao dispor do Grêmio, um clube de desportistas cavalheirescos. E Augusto Koch disse que as despesas da apresentação seriam pagas pelo Grêmio que inclusive convidaria os sócios e autoridades para a festa.
- Houve, farta distribuição de boletins convidando o público para o “match”. Nada se cobrava. Os pioneiros queriam é se exibir ao público e promover seu esporte preferido.
Os jornais salientavam que a mocidade, representada pelo quadro ali-rubro, enfrentaria os anciões do quadro tricolor, alguns com barbas veneradas.
Em 18 de julho de 1909, em Porto Alegre, a grandiosidade do espetáculo, preparado pelo Grêmio para lançar o que deveria ser seu grande rival no foot-ball (futebol), no primeiro Gre-Nal, entre (Grêmio e Internacional).
Os componentes dos dois quadros fardaram-se no Clube dos Atiradores Alemães, agremiação que muito contribuiu para a evolução do futebol em nossa cidade.
Os gremistas fardados à moda inglesa, de blusa bicolor e calções pretos.
Os colorados à moda italiana, com camisetas listadas em vermelho e branco e calção branco.
Marcharam de dois a dois, na frente os presidentes, adentrando o Campo da Baixada nos Moinhos de Vento pelas “borboletas”, desde que então não havia portões.
Ovação formidável do grande público, em mais de 2.000 pessoas.
- Embora a juventude dos colorados, os “barbadinhos” do Grêmio tiveram todo o “match” à feição.
Duas vezes os alvi-rubros conseguiram vir até a meia de Kalfelz, que facilmente conjura o fraco perigo e o Grêmio marcou nada menos de 10 tentos.
10 Grêmio x 0 Internacional
- Os quadros do primeiro Gre-Nal:
Grêmio: - Kalfelz, Depermann e Becker, Carls, Black e Mostardeiro, Brochado, Moreira, Booth, Schroeder e Grunewald.
Internacional: - Poppe II, Portela e Simoni, Viñoles, Pires e Watternick, Poppe I, Horácio, César, Mendonça e Carvalho.
Feodor Jacobi o juiz deu fim ao jogo. Os dois quadros formaram de novo e marchando, foram para os atiradores.
- O internacional deu três “Alegôas”, em honra dos vencedores. E a festa findou com um baile bem animado.
E assim nasceu o Gre-Nal, no sexto ano do Grêmio e no primeiro do Internacional.
- Antenor Lemos do Internacional que deu a idéia de um Gre-Nal, o clássico dos clássicos no Brasil, foi ele que se dirigiu ao presidente do Grêmio e solicitou uma reunião para tratar do primeiro “desafio”.
1910
Anarquistas Graças a Deus
A partir de 1910, e pelos próximos 20 anos, os Anarquistas seriam maioria no movimento operário em Porto Alegre.
- A afirmação do regime republicano e a definição por uma opção de política de mercado, não houve condições para a realização de obras de vulto. Mas a partir desta década há uma seqüência de obras notáveis em Porto Alegre.
Nos escritórios de Rudolf Ahrons, arquitetos como Otto Hermann Menchen, Theo Wiederspahn e Alexander Gundlach realizam obras como a Cervejaria Bopp, Cinema Guarani, Correios e Thelégraphos, Delegacia Fiscal, Casa Victor, Faculdade de Medicina, apenas para citar o que ainda não foi demolido.
Na Secretaria de Obras Públicas, Affonso Diniz Herbert realizou obras significativas como a Biblioteca Pública e a Escola Ernesto Dorneles que continuaram a fase monumental iniciada por Colfosco no prédio da Prefeitura.
Nesta época, em Porto Alegre, é fundada a Fischel e Cia pelo alemão Victor Fischel, na Rua Voluntários da Pátria, nº 475, a fábrica ficou conhecido como “Castelinho”, aberta na primeira década.
Na década de 1920, foi considerada a maior do gênero.
Fabricava entre outros refrigerantes, a Soda Fischel, Guaraná Fortificante, Gazoza Pischel e Gengibre Espumante.
Durante as manifestações anti-germânicas, durante a Iª Guerra Mundial, a fábrica e a residência de Fischel foram as mais atacadas. Apesar do trágico, lhe rendeu uma boa história:
- “Enquanto os baderneiros quebravam tudo, boa parte, consumia os charutos da casa, os que ficaram sem espalharam que os tais charutos estavam envenenados, foi uma correria para buscar o antídoto”.
Em 1910, em Porto Alegre, um grande incêndio atinge a paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, no arraial dos Navegantes, bairro de operários. A imagem trazida de Portugal ficou destruída. A reconstrução da igreja foi feita pelos devotos, e uma nova imagem foi encomendada ao mesmo escultor João Alfonso Lapa de Portugal.
Em 1910, em Porto Alegre, a Faculdade de Direito se transfere para o suntuoso prédio da Estrada da Várzea (Avenida João Pessoa) com projeto do escritório de Rudolf Ahrons, inspirado no “Palais Du Rhin”, do imperador Guilherme II, na cidade alemã de Estrasburgo.
Em 1910, em Porto Alegre, a Brazil Railway, a The Brazil Great Southern Railway Company Ltd, adquiriu 70% das ações do grupo belga a Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Brésil (1905-1920), da rede ferroviária estadual até incorporá-lo em 1911.
Em 1910, em Porto Alegre, é construído o Prédio dos Correios e Thelegráfos, na Praça Senador Florêncio (Praça da Alfândega), em estilo barroco germânico. As torres assimétricas, com cúpulas em bronze, lembram os capacetes do exército prussiano. Abriga a estátua de “Atlante”, personagem da mitologia grega condenado a sustentar o Mundo em suas costas.
Em 1910, em Porto Alegre, é fundada a Padaria Weidmann, pelo judeu-alemão Carlos Weidmann, a empresa não passava de uma pequena padaria da capital. Graça as suas receitas originalmente germânicas, agradou, prosperou e passou a produzir em série diferentes pães.
Nos anos 1920 ao final dos anos 1930, a Weidmann era a única fornecedora de pão preto para hotéis e restaurantes em porto Alegre.
Em 2004, aquela que é considerada a “marca mais antiga de pães industrializados do Brasil” foi comprada pela Vital, fundada em 1988 em Porto Alegre.
Em 11 e março de 1910, em Porto Alegre, por iniciativa de Osvaldo Siebel diretor de campo do Grêmio FBPA, apresentou a proposta de ser fundada uma “Liga de Futebol” na cidade, para dirigir campeonato, já que haviam diversos clubes, pois só o Fuss-Ball e o Grêmio disputavam o Torneio que realizam 2 “matchs” cada ano para a posse da Copa Wanderpreiss.
Em 25 de abril de 1910, em Porto Alegre, foi fundada a Liga Porto Alegrense de Foot-Ball, com participação do Grêmio, Fuss-Ball, Internacional, Militar (dos alunos da Escola de Guerra), Nacional e Sete de Setembro.
- Nestes clubes até a metade do século XX não eram aceitos jogadores nem sócios “negros”.
Entre 1910-11, em Porto Alegre, o serviço de Assistência Pública (serviço de urgência municipal) suprido por carroças puxadas por mulas (tipo ambulância) chegou a atender 7 mil chamados.
Em 1911, em Porto Alegre, a Cia. Força e Luz inicia o assentamento de cabo subterrâneo no centro da cidade para fornecimento de força motriz e luz.
A nova Usina Elétrica Municipal se soma as outras duas usinas: - Usina Fiat Lux e Companhia Força e Luz, a fim de melhorar o sistema e aumentar a carga.
Na primeira década do século XX, as redes de energia elétrica se estendem e melhoram o serviço, mas as melhorias atendem uma parcela reduzida da população, mas a iluminação pública melhorou no Centro e foi estendida aos Bairros.
Em 1911, em Porto Alegre, o italiano Bartolomeu Cattaneo, realizou o Primeiro Vôo de Avião, com seu avião inglês Bleriot, posou e fez apresentação pública no antigo Prado Rio-Grandense no Menino Deus, na Rua 13 de Maio, o fluxo de público foi intenso, os bondes da linha Menino Deus, carregaram mais de 9 mil pessoas para a apresentação.
Ao subir vôo fez vários sobrevôos sobre o público e o arraial, sendo intensamente aplaudido, foi um grande sucesso.
Bartolomeu, anos depois veio morar no Brasil e foi piloto da Viação Aérea São Paulo-VASP.
Em 1911, em Porto Alegre, uma nova proposta para a construção do cais do Porto de Porto Alegre, feita pelo escritório de Rodolfo Ahrons, foi aceita pelo Governo do Estado, iniciou a grande obra do novo porto da cidade com a construção de 140 metros de cais.
Em 1911, em Porto Alegre, é erguido o atual Chalé da Praça XV no mesmo lugar do antigo quiosque, a praça agora com nome de Praça XV de Novembro (antiga Praça Conde D’Eu), construção em ferro e vidro, feito com material inglês, adquirido na “Feira Internacional de Buenos Aires” e montado em Porto Alegre.
Construção de 1874, em estilo romântico normando (bávaro) e traços art-noveau, feita com estrutura de aço desmontável inglesa.
É um restaurante tradicional e casa de bebidas e café do Centro da cidade, freqüentado pela alta sociedade, e posteriormente, por boêmios e intelectuais.
Em 20 de setembro de 1911, em Porto Alegre, foi colocada a pedra fundamental da Faculdade de Medicina, então dirigida pelo Dr. Olinto de Oliveira.
Em outubro de 1911, em Porto Alegre, é inaugurado o “Palácio da Cerveja” o novo prédio da Cervejaria Bopp, na Rua Cristovão Colombo, magnífico prédio com projeto de Theodor Wiederspahn e adornado por um impressionante conjunto de estatuária na fachada feita pela equipe de João Vicente Friedrichs, obra realizada pela empresa Rudolph Ahrons, a mais prestigiada de Porto Alegre. Este tido como o maior prédio de cimento armado do Brasil.
A Bopp se torna a principal cervejaria do sul do Brasil.
Marcas:
A Cerveja Krupp, prestava homenagem explícita aos canhões alemães inventados pelo grupo Krupp e usados para bombardear Paris na I Guerra Mundial.
Em 1912, em Porto Alegre, o serviço de Assistência Pública, aposentou a carroça puxada por mulas e substituiu pelo primeiro carro-ambulância a motor, eram 2 unidades de veículos automotores.
Em 1912, em Porto Alegre, inicia a construção do prédio da Biblioteca Pública do Estado, na Rua Riachuelo esquina Rua Direita (General Câmara ou Ladeira), no local da antiga Cia. União Telephônica, sob a orientação de postulados positivistas, em estilo renascentista, projeto do engenheiro Afonso Herbert e Theophilo Borges de Barros.
Em 1916, foi franqueado ao público (a primeira ala).
Em 1919, começou a ampliação do prédio com a construção da outra ala.
Em 1912, em Porto Alegre, foi transferida a estátua do Conde de Porto Alegre da Praça da Matriz para a Praça do Portão, para a reestruturação da praça e construção do Monumento ao ex-presidente do Estado Júlio de Castilhos.
Em 1912, em Porto Alegre, é erguido o magnífico “pavilhão social” do Campo da Baixada do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, no Moinhos de Vento na “Schuetzverein Platz”.
Em 20 de setembro de 1912, em Porto Alegre, é inaugurado o Monumento a José e Anita Garibaldi na Praça da Concórdia (atual Praça Garibaldi).
No pedestal foi colocada uma placa comemorando o cinqüentenário da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul, feita pelo escultor Giuseppe Gaudenzi em 08 de setembro de 1925.
Doado pela Colônia Italiana, todo de mármore de Carrara, construído em Massa Carrara, na Itália, pelos Irmãos Giorgini, e custou: - 25.000 francos (cerca de 15.000$00).
A escultura foi lavrada no Cartório Otaviano Gonçalves, assinado em nome da colônia e pela comissão organizadora os senhores A. Piccini, F. Provenzano e P. Paganini.
Em 28 de setembro de 1912, em Porto Alegre, é inaugurada a primeira etapa do Serviço de Esgoto, atendendo a 600 domicílios no Centro.
Em 12 de outubro de 1912, em Porto Alegre, faz-se a trasladação da estátua do Conde de Porto Alegre para a Praça do Portão, nos antigos limites da cidade e desde a véspera denominada Praça Conde de Porto Alegre por Decreto nº 67 do intendente engenheiro José Montaury.
“Dessa brilhante solenidade - em que pela primeira vez, formou o Colégio Militar de Porto Alegre, então criado - guarda a cidade as mais gratas recordações.”
Em 1913, em Porto Alegre, ficaram concluídos os primeiros 140 metros do trecho do cais do Porto de Porto Alegre, até frente à Praça da Alfândega, atual portão central. O calado do porto passava dos 2,7 metros para 4 metros de profundidade.
Em 1913, em Porto Alegre, surge o suntuoso Cine-Theatro Guarany, edifício em estilo “art nouveau” projetado pelo arquiteto Theo Wiederspahn, na Rua da Praia (Andradas), em frente à Praça Senador Florêncio (Alfândega).
Em 1913, em Porto Alegre, é reinaugurada em grande festa após campanha dos devotos a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro dos Navegantes, depois do incêndio ocorrido em 1910, com a entronização da nova imagem da “Santa” vinda de Portugal para substituir a queimada no incêndio.
Em 1913, em Porto Alegre, assume Jorge da Silveira Pinto, “primeiro deputado federalista”, eleito para a sétima legislatura (1913-1916), quebrando a hegemonia por quase 30 anos do PRR – Partido Republicano Rio-Grandense.
Em 1913, em Porto Alegre, aparecem duas gravadoras de discos:
- Casa A Eléctrica,
- Casa Hartlied.
Diversos grupos e intérpretes gravaram nas duas casas, eram gravadas valsas, polcas, modinhas, schottisch, mazurcas, tanguinhos, como: - o Grupo Terror dos Facões – do que fazia parte o compositor Otávio Dutra, o cantor Geraldo Magalhães, o Grupo Infernal, a violinista Olga Fossati, o pianista Augusto Vasseur, e outros.
Com a falência da “A Eléctrica” em 1924, o espaço para atuação dos músicos se reduz, restando apenas às confeitarias e cinemas.
Em 1913, em Porto Alegre, é inaugurada a Confeitaria Rocco, com sua loja na esquina das Ruas Riachuelo com Dr. Flores, era ponto de encontro para o chá das cinco horas no salão do 1º andar. E para os bailes de carnaval, festas, banquetes e casamentos o salão do 2º andar.
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Em 1913, em Porto Alegre, os jornais protestam contra os veículos de combustão “em vertiginosa carreira”, três anos depois se implanta a primeira regulamentação do trânsito, para organizar o sistema.
- Na hora do pique, buzinas, carros na contramão, gente se acotovelando para pegar o bonde, uma grande confusão.
Em 1913, Porto Alegre é a terceira cidade em número de assinaturas do jornal italiano Vita Nuova, editado na cidade de Morano Calabro, perdendo apenas para Nova York (EUA) e Cienaga. A tradição revela que há mais moraneses em Porto Alegre que na cidade de Morano na Itália.
Em 1975, a Prefeitura de Porto Alegre declarando cidades irmãs, inaugurou a “Rua Morano Calabro”.
Em 1913, em Porto Alegre, teve seu Jardim Zoológico, que funcionou por alguns anos, no bairro Menino Deus, que ainda era área de chácaras e mata virgem, num lugar ocupado hoje pela Avenida Ganzo e os terrenos de seus dois lados.
O Portão de entrada ficava na atual Rua 13 de Maio (Getúlio Vargas), e as jaulas se estendiam até a Praia de Belas.
Foi iniciativa do uruguaio Juan Ganzo Fernandez, empresário que atuava com destaque na área de telephonia, no Rio Grande do Sul.
Em 25 de janeiro de 1913, sábado, em Porto Alegre, no Centro, o altero e suntuoso Monumento a Júlio de Castilhos é inaugurado em grande e concorrida cerimônia, localizado no centro da Praça Marechal Deodoro (da Matriz), totalmente remodelada para abrigar o monumento do “Patriarca da República”.
A inauguração solene ocorreu as 04h00min da tarde, com a presença do Presidente do Estado Dr. Carlos Barbosa, Dr. Borges de Medeiros e demais figuras do Partido Republicano Rio-Grandense – PRR, junto ao grande público presente.
Foi à obra do renomado escultor gaúcho Décio Villares (1851-1931), positivista fervoroso. A obra foi feita em Paris, na “Fronderie d’Art”.
O obelisco em granito com estátuas em bronze, com 22,50m de altura que representa as três fases mais marcantes da vida do Estadista:
- A Propaganda Republicana,
- A Organização do Governo Positivista e a
- Fase posterior à sua retirada do Governo.
Nas três faces do monumento:
- Face Central: a figura do Estadista esboça disposição de levantar-se para agir, após a leitura do livro que segura à mão esquerda, assinalando o caráter do homem prático, não afeito a teoria, que, entre doutrinas alheias, elegeu o positivismo.
- Face da Esquerda: a Coragem, com um dos olhos vendados, a exprimir audácia, empunha os louros da vitória, incitando à ação. A prudência, cautelosa, detém-lhe o ímpeto, apontando-lhe o perigo.
- Face da Direita: a Firmeza, com porte atlético, celebra a inabalável perseverança do líder.
- Dominando o conjunto: o Civismo sobraça o pavilhão nacional e o faz pender docemente, numa simbolização do Amor moto transcendente dos grandes feitos.
Entre 1910 e 1914, o “quadriênio glorioso”, em Porto Alegre, o ritmo de construções é acelerado, com uma arquitetura majestosa e monumental.
Um jornal da época registrou que havia em andamento nada mais que 520 construções. Entre elas:
Banco da Província,
Palácio do Governo,
Confeitaria Rocco,
Banco Alemão,
Correios e Telégrafo,
Cervejaria Bopp,
Banco Pelotense,
Previdência do Sul,
Biblioteca Pública.
- As vésperas da I Guerra Mundial começam a surgir em Porto Alegre os palacetes da Rua da Independência (atual Avenida Independência).
- Nos primeiros anos do século, chega da Europa mais de 300 arquitetos, essa migração assegura o ecletismo na concepção arquitetônica de Porto Alegre.
- Para Porto Alegre, uma grande diversidade de materiais era importada inclusive prédios inteiros, em ferro, como:
Casa Bromberg na Rua dos Andradas,
Chalé da Praça XV,
Pórtico de Entrada do Cais Central,
Armazéns do Cais do Porto.
Em 1914, em Porto Alegre, o prédio construído originalmente para ser a sede da Delegacia Fiscal da Fazenda em concorrência pública no ano de 1910, recebeu apenas um único e luxuoso projeto, orçado em 800 contos de réis naquela oportunidade.
Contudo, o então Ministro da Fazenda, Francisco Sales, considerou que a cidade de Porto Alegre não necessitava de um palácio para a instalação de uma mera repartição pública e chegou a anular a concorrência. Delegou a um subordinado a criação de projeto alternativo simples, um barracão à semelhança de residência, que só não foi levada a cabo pela providencial saída de Sales do ministério.
Em seu lugar assumiu Rivadávia Correia, positivista gaúcho que, logo em um de seus primeiros atos, propôs ao engenheiro que fez ambos os projetos que anulasse o contrato do barracão e seguisse com o projeto original, só que agora orçado em mil e duzentos e cinqüenta contos de réis, mais de 50% mais caro que na primeira oportunidade.
As obras foram iniciadas em setembro de 1913 e empregou 300 operários. Os trabalhos foram concluídos em 1914, faltando apenas às cúpulas de bronze que foram encomendadas à Alemanha, mas não entregues por confisco do governo alemão para uso na fundição de canhões.
Com isso, o prédio chegou a ficar sem cobertura até 1922.
De construção notável, por sua beleza e imponência arquitetônica, sem contar as riquezas de detalhes na fachada e interiores, este edifício do Museu, tem estilo bastante eclético.
A arquitetura consegue mesclar elementos neoclássicos e barroco, logo na fachada destaca-se o frontispício com as figuras reclinadas da Deusa Ceres, representando a Agricultura, e Hermes, o Comércio, sob um grande brasão da República.
No terceiro piso, na base dos torreões, existem estátuas alegóricas da Indústria, Pecuária, Navegação e Arquitetura.
O interior, saguão e salão principal, são decorados com mármore branco, ladrilhos em motivos geométricos no piso, estuques em relevo no teto e azulejos coloridos nas paredes, alguns dos quais com rosto em relevo.
Em 1914, em Porto Alegre, surge a Companhia Geral de Indústrias.
Em 1914, em Porto Alegre, circulou o último Bonde de “tração animal” da Cia. Carris, que atuavam desde o dia seguinte à viagem inaugural, os burros e as mulas pegaram no pesado, por mais de 60 anos.
- Os animais tinham dificuldade de levar os veículos lotados até as partes altas do Centro. Para facilitar a subida, a Cia. Carris mantinham parelhas sobressalentes de burros no começo das ladeiras que se juntavam aos outros dois.
Mesmo assim, muitos passageiros (homens) desciam e empurravam o bonde, com pena dos animais.
Em 1914, em Porto Alegre, é aberta outra sala de cinema, o Cine-Theatro Apolo,um sucesso dos Irmãos Grecco, na Rua da Independência, próximo a Santa Casa.
Conforme anúncio da época:
“O maior e mais freqüentado desta capital, ponto de reunião da elite elegante e intelectual.”
Em 1914, em Porto Alegre, coube ao engenheiro e arquiteto João Moreira Maciel, da Diretoria de Obras da Intendência Municipal, executar o Projecto de Melhoramentos e Orçamentos (Plano Geral de Melhoramentos), conhecido como Plano Maciel.
Em 08 de dezembro de 1914, em Porto Alegre, é fundado o Tênnis Club Germânia, com seu próprio regulamento, mas funcionando junto à Sociedade Turnerbund.
Em 1915, em Porto Alegre, surge o maior cinema da cidade o Theatro Coliseu (na primeira versão), na Rua Voluntários da Pátria, junto ao Largo Osvaldo Cruz, um gigante com 3 mil lugares.
Em 1915, em Porto Alegre, anterior à Caixa dos Ferroviários (1923) – cerne do IAPAS – a Sociedade Caixeiro Viajantes criou o “Pecúlio Mortuário”. Em 1922 enfrentaram o primeiro problema social quando Zimmermann deixou a concubina como beneficiária. Em cumprimento aos estatutos, pagaram o pecúlio (conquista só muito recente dentro do IAPAS), mas fizeram coleta inter-sócios pró-família legítima.
Em 08 de setembro de 1915, no Brasil, Rio de Janeiro, capital federal, era assassinado o grande senador da República o general José Gomes Pinheiro Machado, gaúcho “o homem que governa o governo” no saguão de um hotel no centro do Rio, com uma facada nas costas pelo “sicário” Francisco Manso de Paiva – um Zé Ninguém, (nunca foi provada uma conspiração contra o senador).
Enquanto no Rio de Janeiro e São Paulo houve um carnaval quando da notícia do assassinato de Pinheiro Machado, em Porto Alegre a comoção era geral, as pessoas corriam em busca de informações, ninguém acreditava, e o desespero pairou sobre a cidade em luto.
Pinheiro Machado era uma figura imponente, esguio, com um alfinete de pérola na gravata de seda e uma bengala com o cabo de marfim (“de unicórnio”, dizia ele), andava ereto, oferecia banquetes suntuosos, adorava galos de rinha, jogava pôquer e bilhar e utilizava um vocabulário floreado, posto a serviço de retórica agressiva.
Poderoso e adulado, Pinheiro Machado fez política “um meio de se tornar mais rico”.
Com muita propriedade a imprensa passou a chamá-lo de “fazedor de reis”, ou “o homem que governa o governo”; os caricaturistas a representá-lo como um galo “chefe do terreiro” ou uma raposa “terror dos galinheiros políticos”.
Para grande parte da população o responsável pelos males que lhes afligiam; no Rio Grande do Sul era amado, pois sua herança era o apoio ao presidente do Estado Borges de Medeiros.
Formado em direito pela Faculdade de São Paulo, veterano de duas guerras (do Paraguai e Federalista de 1893). Foi feito general por Floriano Peixoto, e era um experiente caudilhista. Como Senador, foi vice-presidente do Senado, se tornou a figura mais poderosa do Congresso, fez todos os presidentes da casa e participou decisivamente nas eleições dos presidentes da República Rodrigues Alves e Afonso Pena, com a posse de Hermes da Fonseca seu poder tornou quase que absoluto. Só não conseguiu ser candidato a Presidência. Ao desbancar Bahia e Pernambuco, Pinheiro Machado mudara o mapa político do Brasil, tornando o Rio Grande do Sul o “terceiro Estado mais importante da Federação” atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.
- Pinheiro Machado dizia:
“É impossível que o braço assassino, impedido pela eloqüência delirante das ruas, nos possa atingir.”
Em 1916, em Porto Alegre, o português, “benemérito”, comendador Albino José da Cunha inaugurou o novo Moinho Rio-Grandense na Rua Voluntários da Pátria, esquina Rua Moura Azevedo.
Em 1924, aos 74 anos, Albino Cunha vendeu o moinho para a multinacional Bunge & Born, que naquele mesmo ano comprou o Moinho Chaves e outros, constituindo assim a S.A. Moinhos Rio-Grandenses, a Samrig.
Em 1894, em Rio Grande, Albino da Cunha, fundou o Moinho Rio-Grandense, iria mudar os rumos do agronegócio no estado e dar início a um império moageiro. Adquiriu seu maior concorrente o Moinho Pelotense, das marcas Eclipse e Primor.
Em 1907, modernizou os dois estabelecimentos, tornando-se o maior industrial do estado.
Em 1913, na Inglaterra, comprou as mais modernas máquinas e instalações moageiras, indignado com as altas taxas de cobrança da nova administração do porto de Rio Grande, desmonta e transfere em 1915, tudo para Porto Alegre.
- Um século após a investida açoriana na cultura do trigo, o cereal voltava a mover moinhos em Porto Alegre, agora não mais de ventos.
Em 23 de setembro de 1916, em Porto Alegre o Paço dos Açorianos ganhou nova denominação para Praça Montevidéu em homenagem a uma “caravana de desportistas do Uruguai” que aqui vieram e ali pararam junto ao Largo.
Em 1917, em Porto Alegre, o Tênnis Club Germânia devido a Primeira Guerra Mundial é os conflitos entre os brasileiros e imigrantes ou descendentes alemães, mudou seu nome para Tênnis Club Ipiranga.
Em março de 1917, em Porto Alegre, uma “Onda de Greves”, iniciada em São Paulo e Rio de Janeiro, chegam à capital, liderados por trabalhadores do setor calçadista, os operários saíram às ruas pleiteando a redução das tarifas dos bondes e jornada de trabalho de 8 horas.
- O presidente do Estado Borges de Medeiros, reagiu de forma incomum para a época, não reprimiu o movimento e até apoiou algumas bandeiras, mas não vai ser o bastante e a Greve vai irromper novamente em agosto.
Em 11 de abril de 1917, em Porto Alegre, chega à notícia do covarde ataque ao “navio Paraná”, atacado por submarino alemão.
O Brasil rompe relações diplomáticas com a Alemanha.
- Nos dias seguintes, uma parcela exaltada da população sai às ruas invadindo, saqueando e incendiando casas comerciais e indústrias pertencentes a alemães e seus descendentes, aconteceu o primeiro Quebra-Quebra em Porto Alegre.
- Em Porto Alegre, os ânimos se acirram, a Alemanha era inimiga do Brasil, aconteceu que o alemão Frederico Schmidt, seu filho e um vizinho foram provocados por manifestantes anti-germânicos que passavam em um bonde na Rua Voluntários da Pátria, e descarregaram seus revolveres contra o veículo.
- No dia seguinte embora os três já estivessem presos, um grupo de pessoas ateou fogo ao Hotel do Schmidt, na Rua Voluntários da Pátria, o Centro virou um inferno, na Rua Sete de Setembro, o grupo incendiou a Casa Bromberg, e o fogo se estendeu às casas ao lado.
A seguir foi incendiada a sede da Sociedade Germânia, na Rua Dr. Flores.
As mais atingidas foram a Importadora Bromberg e a Fábrica de Gasosas de Victor Fishel, também foi atacada a Fundição Berta, onde o major Alberto Bins despachava, entre muitas outras.
Em 22 de maio de 1917, na Europa, na costa da França, em Brest, é afundado o segundo navio brasileiro o Tijuca pela marinha alemã.
- Após o afundamento do navio mercante Tijuca, o ministro do Exterior, o catarinense Lauro Müller, descendente de alemães, e tido como germanófilo se demite do cargo.
Em 24 de maio de 1917, no Brasil, Rio de Janeiro, o Brasil sai da neutralidade na Primeira Guerra Mundial e confisca todos os navios mercantes alemães ancorados no país.
No dia 25 de maio de 1917, na Europa, na costa da Espanha, é afundado o navio brasileiro Macau por submarino alemão.
Em 31 de julho de 1917, em Porto Alegre, estoura a segunda Greve Geral (a primeira em outubro de 1906) e a primeira no Estado do Rio Grande do Sul, liderada pela Liga de Defesa Popular – LDP, durante a Iª Guerra Mundial, quando a exportação de gêneros alimentícios básicos para a Europa fez os preços subirem no mercado interno.
Os grevistas exigiram várias medidas contra os especuladores e o aumento de salários.
O presidente do Estado Borges de Medeiros, que não reprimiu o movimento e em março na primeira orda já havia até apoiado algumas bandeiras.
A greve irrompeu novamente, a cidade ficou sem luz, trem, bondes, leite e pão.
“Ao Povo e ao Comércio.
A greve é a revolução pacífica dos oprimidos; um direito constitucional em todos os países onde ha liberdade e lei...
... Queremos trabalho e não escravidão.
... Viva o Povo Rio-Grandense!
Salve-se o nosso brio e a nossa tradição.”
Em 02 de agosto de 1917, em Porto Alegre, o presidente do Estado Borges de Medeiros, recebeu os representantes dos trabalhadores em greve.
Reconhecendo o vulto do movimento e os riscos que ameaçam a ordem social, baixou dois Decretos:
- Elevando os salários dos trabalhadores a serviço do Estado, e,
- Suspendendo a exportação de gêneros de primeira necessidade, em face da carestia vivida pelo proletariado. Agiu, pois como exemplo para as concessões empresariais que se seguiram.
A medida foi aprovada pela Comissão de Orçamento da Assembléia, louvando a presteza com que o presidente do estado dera a solução da crise, medida que levaram a maioria das empresas privadas a também conceder aumentos.
Mas, Borges de Medeiros tinha interesse na derrota da companhia estrangeira que explorava os serviços ferroviários no Estado, visando posterior encampação, e apoiou abertamente os grevistas.
Em 05 de agosto se 1917, em Porto Alegre, a segunda Greve Geral foi “Vitoriosa” e terminou.
Em 03 de novembro de 1917, em Porto Alegre, o deputado estadual federalista Alves Valença criticou duramente a conduta dos brigadianos (policiais militares) na dissolução, pela força, de uma pacífica “primeira passeata de estudantes na Capital”, que, com rolhas na boca, criticavam o regime.
Em 1918, em Porto Alegre, é inaugurada a ala sul do prédio do Sr. Horácio de Carvalho, para instalação no andar térreo da loja da Companhia Sul Ford (revenda de automóveis), futuro “Hotel Majestic”, construção iniciada em 1910, em estilo neoclássico, projeto do arquiteto Theo Wiederspahn, foi o primeiro edifício com armação de concreto da cidade, na Rua dos Andradas, nº 54.
Em 1918, em Porto Alegre, falece José Joaquim Assunção, proprietário das terras na Ponta do Dionísio, local de nascimento da Vila Assunção e da Vila dos Pescadores (atual Villa Guayba).
Em 1918, em Porto Alegre, o Governo do Estado, através do presidente Borges de Medeiros induziu Percival Farquhar dono da Compagnie Auxiliaire des Chemins du Fer, a vender o Porto de Rio Grande por 63,3 milhões de francos, pagos com título da dívida pública.
Borges de Medeiros tem sucesso em seu objetivo de estatização do porto.
Em 1934, a União renovou o contrato de concessão portuária ao estado por 60 anos.
Em 1970, com a dragagem do canal da barra para navios com até 40 pés de calado, surgiu o chamado “Superporto”.
Em janeiro de 1996, foi criada a Superintendência do Porto de Rio Grande.
Em agosto de 1994, expirou a concessão, prorrogada até março de 1997.
Em março de 1997, novo convênio delegou ao estado a exploração por mais 50 anos.
Em maio de 1918, em Porto Alegre, é comemorada pela primeira vez no Brasil o Dia das Mães, por iniciativa da ACM – Associação Cristã de Moços.
O homem que teve a idéia de trazer a comemoração foi o americano Frank M. Long, que era um dos diretores da ACM na época.
Em 1885, Frank Long nasceu em Comiskey (EUA).
Em 1918, chegou a Porto Alegre com a esposa, a paulista Eula.
O casal viveu em Porto Alegre até 1934, onde tiveram 5 filhos.
Em 1934, retornou aos EUA.
Em 1961, em Porto Alegre, foi homenageado com a “Praça Frank Long”.
Nas terras da atual Villa Guayba
De 1918 a 1934, em Porto Alegre, funcionou o Club Veranista Jocotó, no Balneário da Tristeza, na zona sul, organizado pelo Dr. Mario Totta que foi seu presidente. Durante o verão circulava o jornal “O Veranista”.
Os sócios faziam bailes de carnaval na Confeitaria Rocco, no Centro na Rua Riachuelo, e no Cinema Gioconda, na Tristeza, na Avenida Wenceslau Escobar.
Durante o ano, o club realizava mensalmente a “Hora da Arte”, com conferências, canto e poesia.
Em 1919, em Porto Alegre, é terminado o alargamento do antigo Beco do Fanha (Travessa Paysandu, atual Rua Caldas Junior), após muitas desapropriações.
Em 1919, em Porto Alegre, é construído o Pórtico Central do Cais do Porto em estrutura de ferro francesa emoldurada com vitreaux que servia de entrada principal da Cidade quando da chegada das embarcações chamadas “paquetes” com seus visitantes.
1920
O Glamour
Art Noveau
- Nesta época os filhos dos abastados da capital Porto Alegre e dos fazendeiros bem sucedidos já não precisam se deslocar a São Paulo e ao Rio de Janeiro para estudar.
O ensino superior confere um ar de distinção às discussões dos acadêmicos nos cafés da Rua da Praia.
- A influência alemã e italiana modifica o gosto alimentar junto á influência norte-americana com sua música e cinema (o cinema se torna uma das diversões preferidas da década de 1920 em Porto Alegre).
- O crescimento urbano de Porto Alegre aumentou de ritmo, com o êxodo da população rural em busca de trabalho nas fábricas, fixando-se nas vilas clandestinas da periferia, sem infra-estrutura urbana.
- Depois da I Guerra Mundial a arquitetura em Porto Alegre atingiu o seu desenvolvimento máximo. Com o fechamento do Escritório de R. Ahrons, o arquiteto Theo Wiederspahn se impôs como o mais conceituado profissional da cidade, com obras como o Edifício Ely e Bier & Ulmann.
Nesta época havia mais de uma centena de arquitetos ativos em Porto Alegre, seriam alguns deles:
Armando Boni, Jesus M. Corona e seu filho Fernando, Siegfried B. Costa, Christiano Gelbert, Josef Hruby, Manoel Itaqui, Gerhard Krause, Julius Lohweg, Josef Lutzenberger, Saul Macchiavello, Monteiro Neto, Antonio M. Rubio, Max Hermann Schlüpmann, Johann Schmidt, Karl Siegert, Willy Stein, Adolf Stern, Egon Weindoerfer, Richard Wried e Vitorino Zani, por suas contribuições ao desenvolvimento arquitetônico da cidade.
A partir de 1920, em Porto Alegre, a Praça da Harmonia começou a ser descaracterizada, até ser totalmente destruída, pois virou canteiro de obras para a construção da continuação do novo porto da cidade, o Cais Central de Porto Alegre, a praça nunca mais recuperou o seu aspecto glamoroso.
Nos anos 1920, em Porto Alegre, circularam os bondes elétricos com reboque, os reboques eram na verdade antigos veículos de tração animal convertidos para esta nova função. Os reboques eram chamados de “Operários”, por conta de sua tarifa mais baixa, mas o povo os apelidou de “Caradura”.
- As linhas de bondes existentes eram:
- Menino Deus, Partenon, Glória, Teresópolis, Moinhos de Vento, Navegantes e São João.
Em 1920, em Porto Alegre é fundado o Curso de Química, cujo Instituto o eleito presidente da República Washington Luis inauguraria em 1926.
Em 1920, em Porto Alegre, surge o Centro Musical Porto-Alegrense, transformado em Sindicato dos Músicos Profissionais em 1935.
Em 1920, em Porto Alegre, o Governo do Estado, através do interesse do presidente do Estado Borges de Medeiros que desde a greve operária de 1917, apoiou, pois ela tinha se voltado contra a viação férrea que pertencia ao grupo belga.
Instigado pelo movimento conseguiu levar adiante seu projeto de estatização das linhas férreas, criando a Viação Ferroviária Rio Grande do Sul, conhecida como VFRGS, empresa estatal coordenada pelo Estado para controlar as linhas e estações.
Por dificuldades financeiras, a empresa Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Brésil (1905-1920) abandona o projeto no Rio Grande do Sul, entregando-o ao Governo do Estado.
Em 05 de agosto de 1920, em Porto Alegre, é fundado o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
Em 1921, em Porto Alegre, é inaugurado Centro dos Caçadores, na Rua Nova (atual Andrade Neves) na esquina do já extinto Beco do Leite, preservou a fama de um dos melhores clubes noturnos da bela época brasileira, com seu cassino.
Seus salões revestidos de madeira de lei, de cujos tetos pendiam lustres de cristal, eram freqüentado pelos endinheirados da capital.
- A sala do cabaré sugeria um anfiteatro, com uma pista para números de variedades ao centro, e era ligada às salas de jogo por um túnel.
- Nas mesas de bacará e roleta, os crupiês chamavam os jogadores pelo nome.
- Em volta da sala central foi construída uma galeria em que ficavam os luxuosos reservados dos que não podiam ser vistos.
Ali sentavam, por exemplo, Flores da Cunha, Osvaldo Aranha, Maurício Cardoso, entre outros.
Tão Logo terminavam os shows, as artistas, gente como Lolita Benavente, Theda Diamante, Triana La Negra, corriam para o túnel que levava ao cassino.
A orgia era total, longe dos lares das tradicionais famílias porto-alegrenses.
Em 1921, em Porto Alegre, a empresa já com o nome de Chaves & Irmãos da Família Chaves Barcellos, erguem o Moinho Chaves & Irmãos, instalado em um belo prédio de quatro andares, projetado pelo arquiteto Theo Wiedersphahn, na esquina da Rua Voluntários da Pátria com Rua Ernesto Alves, o moinho logo passou a produzir 1.500 sacas de farinha de trigo por dia, “afamadas marcas” Gaúcha, Carmem e Beleza.
- 100 Anos após a investida açoriana na cultura do sonho dourado do Trigo, o cereal voltava a mover moinhos e Porto Alegre.
Em 1921, em Porto Alegre, no Delta do Jacuí, é fundada na Ilha da Pintada, que integra o arquipélago localizado em frente ao Centro de Porto Alegre a Colônia de Pescadores (atualmente conhecida por Z-5), por ter na atividade pesqueira um de seus pontos estratégicos.
Em 1919, foram fundadas as primeiras colônias de pescadores no Brasil.
Até 1923, já havia 800 colônias na costa brasileira.
A Ilha é o local de origem das famílias fundadoras da Vila dos Pescadores (atual Villa Guayba).
Nem todos os pescadores da Ilha da Pintada foram agrupados nas colônias pesqueiras. Muitos traziam, de suas famílias, a “tradição da pesca” enquanto forma de sustento e não necessariamente ao comércio, a venda era realizada quando da necessidade financeira ou excedente.
Em 17 de maio de 1921, em Porto Alegre, com grande solenidade é inaugurado o novo palácio do governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Palácio Piratini, o governo ali se instala, pois desde 1898 estava em vários prédios alugados ao redor da Praça da Matriz.
Em 01 de agosto de 1921, em Porto Alegre, é inaugurado o novo Porto de Porto Alegre pelo Presidente do Estado Borges de Medeiros, já sob administração pública, “com as pedras do Morro do Cristal na Vila Assunção”, da atual Villa Guayba (antiga Vila dos Pescadores), outros 490 metros de cais foram completados com aterros.
Das obras iniciadas em 1911, o paredão de pedras se erguia entre o portão geral até a atual Rua Marechal Floriano, as obras são paralisadas.
Retomadas em 1919.
Entre 1916 e 1918, as obras do porto mudaram de mãos quatro vezes, até serem assumidas pelo Governo do Estado.
É aberta sobre o aterro a nova Avenida Mauá para dar acesso ao porto.
Inauguracao do Porto de Porto Alegre - 1921
Içado bloco em pedra da Pedreira da Villa Assunção, área da futura Vila dos Pescadores
Em 1922, em Porto Alegre, é concluído o prédio do jornal A Federação, órgão do Partido Republicano Rio-Grandense – PRR.
Projeto de Theophilo Borges de Barros, a estátua da fachada é do escultor veneziano Luiz Sanguim, com seus frisos em relevo, peitoris, balaústres, colunatas e cachorros, é um exemplo do estilo eclético, localizado na Rua dos Andradas, esquina Rua Payssandu (Caldas Junior).o
Obra iniciada em 1921.
Em 07 de setembro de 1922, em Porto Alegre, no dia do feriado da Independência do Brasil, é inaugurado o novo prédio da Biblioteca Pública do Estado, estilo neoclássico, inspirada na Igreja Santa Genoveva de Paris (França), localizada na Rua Riachuelo esquina Rua General Câmara.
Possui o Salão Mourisco, recoberto em folhas de ouro, para saraus e recitais.
Obra iniciada em 1912, foi franqueado ao público em 1916 (a primeira ala), e começou a ampliação em 1919.
Possui 120 mil volumes, sendo uma das mais completas da América do Sul.
Em 1923, em Porto Alegre, é montado o primeiro Aeródromo, pelo presidente do Estado Borges de Medeiros, na Várzea do São João ou Gravataí (atual terminal 2 Aeroporto Salgado Filho), na zona norte, em área pertencente à Brigada Militar, com pista de terra, existia 2 aviões argentinos, para patrulhamento, mas foi desmantelado dois anos depois pelo mesmo presidente do Estado.
Em 1923, em Porto Alegre é fundado o British Club em Porto Alegre, clube que também passou a oferecer entre outras a prática do Tênnis.
Em 1923, Porto Alegre tem 190 Fábricas instaladas de diversas atividades industriais.
- Com o intendente José Montaury (15.03.1897 – 14.10.1924) que reinou em Porto Alegre por 27 anos, com ele desenhou-se a nova arquitetura dos prédios e começaram, embora timidamente, as obras de infra-estrutura mais moderna.
O motivo da Revolução de 23 estava em Porto Alegre.
Em 25 de janeiro de 1923, em Porto Alegre, no Palácio Piratini, no dia da quinta posse, a terceira consecutiva do presidente do Estado Borges de Medeiros, eclodiu a rebelião da oposição intitulada “Libertadora” em todo o Estado.
- A oposição reunindo antigos federalistas e republicanos dissidentes em torno da Aliança Libertadora, indicou Joaquim Francisco de Assis Brasil, para concorrer contra Borges de Medeiros para impedir a quinta eleição e a terceira consecutiva para o governo do estado.
- Os chamados Libertadores que haviam herdado dos Maragatos o uso do lenço vermelho, defrontaram-se com os borgistas nas urnas e após o resultado das eleições, também nas armas.
Recusando-se a aceitar a vitória de Borges de Medeiros, os Libertadores sob a liderança de Joaquim Francisco de Assis Brasil deram início a Revolução de 1923 contra os Chimangos situacionistas ou Legalistas (a alcunha dos republicanos tinha sua origem na poesia satírica de Ramiro Barcellos contra Borges de Medeiros, intitulada Antônio Chimango).
- Borges estava mais bem amparado com contingentes da Brigada Militar (3.500) fundada por ele, e soldados dos chamados “Corpos Provisórios” (8.500), comandados por figuras como: - Flores da Cunha, Osvaldo Aranha e Getúlio Vargas, chamados de “Legalistas”.
Os revoltosos contavam com antigos participantes do movimento de 1893.
- Na Assembléia de Representantes o PRR na defesa dos republicanos os deputados João Neves da Fontoura e Getúlio Vargas, defendiam o estilo Castilhista-Borgista do governo, marcantemente autoritário, e a manutenção da política de desenvolvimento multilateral, os Libertadores queriam o voto secreto e do regime democrático, e a política de atendimento a pecuária gaúcha.
Em 28 de abril de 1923, em Porto Alegre, conforme noticiado no Correio do Povo, os Irmãos Mascrau, formaram a empresa Irmãos Mascrau e Cia., arrendaram o palacete do Sr. Horácio de Carvalho, na Rua dos Andradas, antiga “Companhia Sul Ford”, e o prédio em construção ao lado, a fim de ali instalarem um hotel, e que deram o nome de Majestic-Hotel. Serão 150 quartos, com luz e água corrente quente e fria.
Em frente ao prédio pela Rua Sete de Setembro, junto ao Guaíba tem um trapiche. São franqueados ao público no momento 80 quartos.
Nesta data inaugurou a sala de refeições, com o chefe de cozinha Paulo Schmidt, salão para 600 pessoas, seção destinada a bar e confeitaria, moderno mobiliário, o mais rigoroso asseio e conforto.
Em 1924, em Porto Alegre, a população chega a 160 mil habitantes.
Em 1924, em Porto Alegre já são atendidos com Serviço de Esgoto domiciliar, 10.650 domicílios, um crescimento de quase 10 vezes em 10 anos.
Em 1924, em Porto Alegre, é construída a Igreja do Santíssimo Sacramento, na Rua José Bonifácio, no Bom Fim, em estilo gótico.
Abriga a vida da padroeira da igreja “Santa Terezinha”, nos dez vitrais coloridos e a imagem, com um relicário trazido de Roma, que guarda um dente e um pequeno vaso de porcelana, enfeitado com rosas de ouro que pertenceu à Santa.
Em 1924, em Porto Alegre, o número de “veículos automotores” alcança 1.254 carros, junto com os bondes o trânsito nas ruas se torna perigoso.
Em 1924, em Porto Alegre, a Avenida João Pessoa, recebe a primeira pavimentação de concreto da cidade, criando um grande “boulevard”, como nas cidades americanas da década de 1920.
Em 1924, em Porto Alegre a Rua General Paranhos, foi absorvida pela abertura da nova Avenida Borges de Medeiros, durante a construção do Viaduto Otávio Rocha.
“É urgente encurtar o trajeto para o Menino Deus, Glória e Theresópolis”, justificou o intendente Otávio Rocha.
- Derrubando casas e explodindo o granito do morro, a abertura da Avenida Borges de Medeiros representou uma verdadeira cirurgia no coração da cidade, uma artéria que uniu o porto a zona sul de Porto Alegre.
“O antigo Beco do Poço subia a Andrade Neves até a Rua Duque de Caxias e descia em ladeira íngreme até a Rua Coronel Genuíno. Atravessar esse maciço, só a pé ou a cavalo, por entre casarios e antigos cortiços.”
O intendente José Montaury deu o arranque inicial, mas coube a Otávio Rocha definir o traçado e prosseguir a obra.
Em julho de 1924, em Porto Alegre, com a Primeira Guerra Mundial, o lúpulo e o malte (vindos da Boêmia) escasseiam, o consumo cai. Findo o conflito, precipitam-se as dificuldades típicas dos anos de recuperação e sobrevém o aumento de impostos estaduais e federais. Acuadas, as três maiores cervejarias gaúchas – unidas por uma rede de interesses familiares (Becker, Ritter, Sassen), ou comerciais (Bopp) – decidem fundir-se numa só.
Surge assim a Cervejaria Continental, que sob a razão social Bopp, Sassen Ritter e Cia., se instalam na espetacular sede da Bopp na Rua Cristovão Colombo, a rua que Wilherm Becker, ajudara a pavimentar na mocidade.
A Continental foi à pioneira da cultura da cevada cervejeira brasileira, também foi a primeira a produzir e beneficiar malte genuinamente brasileiro, criando assim em 1934 a Maltaria Continental.
As Marcas:
As Claras e simples: Oriente, Becker, Diana, Capital,
As Pretas simples: Elephante, Becker-Preta, Africana,
As Pilsen: Hércules, Negrita, Globo,
O tipo Porter (chopp): Ritter-Stout,
Entre as Sem Álcool: guaraná, gasosa e água de soda, todas a com a marca Continental.
Em 1946, a carioca Companhia Cervejaria Brahma adquiriu o controle da Cervejaria Continental, permanecendo ativa no prédio até 1998.
- O sobrenome Ritter foi o mais tradicional dentre os fabricantes gaúchos de cerveja, uma vez que três gerações sucessivas da família dedicaram-se ao ofício.
Em 24 de setembro de 1924, em Porto Alegre, surge a “primeira emissora de rádio”, a Rádio Sociedade Rio-Grandense, de propriedade do coronel uruguaio Juan Ganzo Fernandes, Décio Coimbra e Augusto de Carvalho.
Em 14 de outubro de 1924, em Porto Alegre, assume Otavio Rocha como terceiro intendente municipal (prefeito).
- Nesta época a modernidade bateu com muita força às portas de Porto Alegre – e arrasou quarteirões inteiros.
- A decisão de remodelar o núcleo central, abrindo largas avenidas, veio acompanhada de uma fúria demolidora que varreu do mapa das ruas velhos casarões coloniais e cortiços, que para os dirigentes municipais representavam pobreza e atraso.
- O intendente Otávio Rocha (14.10.1924–27.02.1928) e seu sucessor o major Alberto Bins (27.02.1928 – 22.10.1937) fizeram da cidade um imenso canteiro de obras e transformaram radicalmente seu antigo perfil.
Com a dobradinha Otávio Rocha-Alberto Bins, radicaliza no acabamento da sala de visitas do Estado, o seu Centro.
A ação construtora do governo correspondia a um desejo da sociedade de que a cidade expressasse o novo ideal de convivência, cujo modelo tinha que ser a Paris do Barão de Haussmann, o “artiste demolisseur” que iniciou a era das cidades modernas, derrubando cortiços e rasgando bulevares e avenidas.
“A cidade do desejo passou a ser a imagem de Paris”.
A cidade moderna tinha de estar de acordo com o tripé de Haussmann:
Sanear, Transportar, Equipar.
As novas avenidas, núcleo do projeto de reorganização social do espaço, foram idealizadas como monumento e como espetáculo.
“Assim, antigos espaços da memória coletiva tombam em nome na modernização.”
Em 15 de dezembro de 1924, em Porto Alegre, quando se completava o primeiro quarto de século XX, estavam desmembrados do município sede (1º Distrito Eleitoral de Porto Alegre) os seguintes municípios:
Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Estrela, Garibaldi, Gravataí, Lajeado, Montenegro, São Jerônimo, São João de Camaquã, São Francisco de Paula, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Taquara, Taquari, Triunfo, Viamão, Venâncio Aires.
De 1925 a 1935, em Porto Alegre, o Centro da cidade assistiu a uma operação de terra arrasada.
Para a abertura da Avenida Júlio de Castilhos, 24 armazéns e várias casas tombaram ante a fúria demolidora de Otávio Rocha.
Só a construção da Avenida Borges de Medeiros provocou a demolição de 81 prédios, quarteirões inteiros foram arrasados.
-Os recursos municipais destinados a serviços como água e esgoto, para toda a população, são menores do que o investido em espaços para usufruto da elite.
A administração preocupa-se com a engenharia urbana, tráfego e saneamento.
O automóvel, síntese da modernidade, começa a remodelar a cidade.
Verbas são rapidamente liberadas para que o asfalto substitua antigos calçamentos de pedras irregulares.
Otávio Rocha tinha ligações com o sistema financeiro e obteve facilidades para empréstimos. O investimento na cidade foi muito grande, mas em contrapartida o endividamento aumentou.
“Toda esta melhoria teve um preço muito alto.”
- Um grande aparato institucional precisou ser formado para dar a Otávio Rocha a base para implantação do Plano Maciel (1914) e a transformação da cidade.
Foram criadas as diretorias (futuras secretarias municipais):
- Obras Públicas e Higiene,
- Assistência Pública,
- Inspetoria de Veículos,
- Fiscalização de Serviços,
- Contadoria Central,
- Escolas Municipais,
- Águas, Esgotos e Eletricidade,
- Subintendências urbanas e rurais.
- Instituíram-se a Superintendência de Serviços Industriais.
- Jamais Porto Alegre tivera tal aparato de funcionários públicos.
Para sustentar esse aparato e financiar as transformações urbanas, uma reforma fiscal criou novas taxações.
A arrecadação garantia recursos e empurrava os menos privilegiados para fora do Centro, moradores de cortiços, estalagens e porões, e estimular os negócios dos construtores e especuladores imobiliários.
Foram taxados em 10% os aluguéis da zona urbana, cortiços, prédios antigos de um só andar, e em apenas 5% as demais zonas.
Nos primeiros anos os proprietários transferem esta taxa para os locatários, mas nos anos 1930, as grandes construtoras passam a adquirir essas áreas, dando início a verticalização do Centro.
Em 1925, em Porto Alegre, é disputado o I Campeonato de Tênnis de Porto Alegre, se sagrando campeão foi Hugo Petersen.
Em 1925, em Porto Alegre, através da Viação Ferroviária Rio Grande do Sul – VFRGS a cidade e o Rio Grande do Sul se conecta aos outros estados da Federação, com a linha São Paulo/Paraná, iniciando em Ourinhos (SP) e encerrando em Rio Grande (RS).
Em 1925, em Porto Alegre, é construído o Templo Positivista no Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa), no estilo da doutrina positivista de Augusto Comte, tem gravado em seus 13 degraus do acesso principal os nomes básicos do quadro socialátrico, destinado à “Adoração Universal da Humanidade”.
Em 1925, em Porto Alegre, é construída a Igreja de São José, na Rua São Rafael (Alberto Bins) conhecida como “igreja dos alemães”, possui afrescos adornando as paredes do prédio, lembrando cenas da vida de São José e da Virgem Maria.
Abriga o crucifixo e as imagens da Via Sacra que vieram da Alemanha.
Em 1925, em Porto Alegre, é construída a primeira estrada (atual Estrada Flores da Cunha, antiga parte da BR 101) da Capital até Conceição do Arroio (atual Osório).
A partir de 1938, passa a ser chamada de RS-030.
Até meados de 1960, a viagem para o litoral norte ainda era um tormento.
Em 1º de março de 1925, em Porto Alegre, sai o primeiro número do jornal Diário de Notícias fundado por Francisco Leonardo Truda.
No editorial de estréia, o compromisso público:
“Fugiremos, deliberadamente, ao sensacionalismo com que, mais de uma vez, nestes últimos tempos, se tem confundido a noção de jornalismo moderno.”
O jornalista Leonardo Truda permaneceu na testa do jornal durante 5 anos.
Em 1925, em Porto Alegre, a Rua da Independência é calçada com paralelepípedos, trocando o calçamento de pedra irregular, para melhorar a circulação, desta rua de grandes mansões.
Em 1926, no Brasil, Rio de Janeiro, capital federal, o Governo dissolveu a Companhia Força e Luz de Porto Alegre (1906) e formou companhias separadas para transporte e serviços:
- Assim a nova operadora do serviço de transporte por bondes, empresa de transporte urbano passa a receber o nome definitivo de Companhia Carris Porto-Alegrense- CCPA.
Em 1926, em Porto Alegre, circula pelas ruas o primeiro Ônibus, já testados desde 1925, com linhas direcionadas ao subúrbio, onde o sistema de bondes não alcançava.
Em 1926, em Porto Alegre, desembarca Pixinguinha, que veio a cidade para uma campanha da Cervejaria Brahma.
- Pixinguinha, durante 20 dias fez shows na Exposição do Menino Deus (futura Expointer).
Em uma noite jantando com os integrantes do Regional Espia Só, aconselhou-os a mudar de nome e repertório. Estava lançada a primeira banda de jazz da cidade.
A Espia Só Jazz fez sucesso nos melhores salões da cidade e abriu caminho para o surgimento de dezenas de outras.
Em 1926, em Porto Alegre, o intendente Otávio Rocha (14.10.1924 a 27.02.1928), em relação à água potável, decidiu que a situação era insuportável, tomou um empréstimo de US$ 4 milhões e contratou a empresa norte-americana Ulen & Cia. Para modernizar a estação de tratamento da Hydráulica dos Moinhos de Vento. O velho sistema alemão de filtros lentos foi substituído pelo americano, mais rápido, que veio acompanhado de laboratório de controle de qualidade da água. A Ulen aproveitou os reservatórios subterrâneos e construiu um novo para 6,5 milhões de litro, além de aumentar a capacidade das turbinas das bombas de recalque.
Na administração de Otávio Rocha, foram criadas as diretorias de águas e esgotos.
Em 1926, em Porto Alegre, inicia as apresentações da nova Banda Municipal, principalmente com músicos trazidos do sul da Itália e Buenos Aires (Argentina).
Em 1926, em Porto Alegre, cria-se a Inspetoria de Veículos.
Em 1926, em Porto Alegre, cria-se a Inspetoria de Veículos.
Em 1926, em Porto Alegre, após a posse, Washington Luis teve um gesto de boa vontade e veio a Porto Alegre, tornando-se o primeiro presidente da República em 20 anos a fazer uma visita oficial ao Estado, recebido com toda a pompa no cais pelo presidente do Estado Borges de Medeiros e demais autoridades.
Em 1926, em Porto Alegre, o intendente Alberto Bins assinou contrato com o grupo norte-americano Eletric, Bond and Share Co. para a concessão dos serviços de eletricidade, produção e distribuição.
Esse grupo adquiriu o controle acionário das companhias locais:
Cia. Fiat Lux,
Cia. Força e Luz Porto-Alegrense, e comprou a
Usina Elétrica Municipal.
Foi criada a subsidiária da multinacional a Companhia de Energia Elétrica Rio-Grandense – CEERG, pertencente ao Grupo Americano American Foreign Power.
Em 1926, em Porto Alegre, pelo contrato a Companhia de Energia Elétrica Rio-Grandense - CEERG deveria manter funcionando as usinas da Cia. Fiat. Lux, Cia. Força e Luz Porto-Alegrense, Usina Municipal e construir uma quarta, as obras iniciaram, para utilizar carvão rio-grandense.
- Da Inglaterra vieram o projeto, as máquinas e os materiais para o prédio de concreto armado, que foi dividido em três casas distintas.
Em 07 de maio de 1926, em Porto Alegre, é fundada por Rubem Berta, a Viação Aérea Rio-Grandense – Varig, a primeira empresa de transporte aéreo do Brasil e uma das primeiras do mundo.
Em 1927, em Porto Alegre, começa a ser erguido à grande sede do Banco Nacional do Comércio, na Rua Sete de Setembro, em frente à Praça Rio Branco.
Suas paredes externas medem sete centímetros de um embasamento em granito rosa faz o contorno do prédio.
A cerâmica do piso e os vitrais foram importados da França, e o mármore dos rodapés, da Bélgica. O interior, do polonês Stephan Sobczack, tem clarabóias que iluminam sua parte central.
Já foi Banco Sulbrasileiro, Meridional, atualmente pertence ao Santander que transformou em Centro Cultural Santander.
Em 1927, em Porto Alegre, durante a primeira Exposição Rio-Grandense de Automóveis, o Diário de Notícias registra:
“Porto Alegre tem uma frota de 3 mil carros, abaixo apenas de São Paulo capital.”
Em 1927, em Porto Alegre, o presidente do Estado Borges de Medeiros em seu manuscrito ressaltou:
“O progresso da instrução pública é obra da República consolidada na liberdade de ensino.”
Em 1927, em Porto Alegre, o intendente major Alberto Bins, inaugura um trecho da Avenida Bom Fim (atual Osvaldo Aranha), em modelo de bulevar, com pista de 13 metros de largura e 1.260 metros de comprimento.
Em 03 de fevereiro de 1927, em Porto Alegre, acontece o vôo inaugural da capital Porto Alegre a cidade de Rio Grande da Varig – Viação Aérea Riograndense, feito em hidro-avião, é utilizada as águas da Ilha dos Marinheiros, para manobras de embarque, desembarque e manutenção até 1932.
Em 08 de fevereiro de 1927, em Porto Alegre, é fundada a Rádio Gaúcha, a segunda estação de rádio da cidade por Carlos Ribeiro de Freitas e sócios.
Em 29 de agosto de 1927, em Porto Alegre, é inaugurada a herma na Praça Argentina, homenagem dos antigos alunos, a Apolinário Porto Alegre (1844-1904), fundador e diretor da Escola Brasileira.
Em 19 de novembro de 1927, em Porto Alegre, é inaugurado o maravilhoso Auditório Araújo Viana, com sua concha acústica em bronze, bancos em argamassa e o jardim perfeito com seus pergolados e cercas vivas, ao lado da Praça da Matriz (local da atual Assembléia Legislativa). Do local era possível sentado visualizar o Guaíba.
Em 25 de janeiro de 1928, em Porto Alegre, o Dr. Getúlio Dorneles Vargas (mandato: 25.01.1928-09.10.1930) deixa o ministério da Fazenda para tomar posse como presidente do Estado do Rio Grande do Sul, indicado pelo atual presidente do Estado Borges de Medeiros como candidato de consenso.
Vargas empreendeu uma política orientada para o atendimento direto e imediato dos interesses dos produtores estaduais. Criou o Banco do estado do Rio Grande do Sul, reduziu tarifas ferroviárias, coibiu o contrabando de charque e reativou a velha idéia de um frigorífico.
- A “União dos rio-grandenses” tornou-se a palavra de ordem, tanto no discurso dos deputados, quanto nas declarações do novo presidente do Estado.
Em 1928, em Porto Alegre, 1.652 metros do Cais do Porto estavam concluídos pelo presidente do Estado Borges de Medeiros, com dez armazéns e 22 guindastes, o sonho de ter uma entrada da cidade digna, está concluída.
A Entrada da Cidade:
- Ao descer do navio, o visitante da época ultrapassava o Pórtico do cais e caminhava pela Avenida Sepúlveda na direção da Praça Senador Florêncio (Alfândega). Nesse trajeto, podia admirar a beleza dos prédios da Alfândega, Secretaria da Fazenda do RS, na outra quadra a Praça Rio Branco, os prédios da Delegacia Fiscal, Correios, Banco Nacional do Comércio, Edifício Abelheira (Caixa Econômica), as praças seus prédios circundantes e chegava-se na Rua da Praia.
Em 1928, em Porto Alegre, é construído a ala residencial do Palácio Piratini, 7 anos após a inauguração do prédio do governo na capital.
Em 1928, em Porto Alegre, até a construção e inauguração da nova Usina Termelétrica do Gasômetro a situação estava crítica em Porto Alegre, o consumo de energia era de 15 mil kilovates-hora, e a capacidade instalada das três usinas da cidade, de 5 mil kilovates-hora.
Em 24 de janeiro de 1928, em Porto Alegre, é inaugurada a Avenida Julio de Castilhos (antiga Rua das Flores), com a presença do presidente do Estado eleito Getúlio Vargas, e o presidente do Estado Borges de Medeiros e o intendente municipal Otávio Rocha.
- A chuva de verão que caia no dia, não impediu que uma multidão assistisse ao primeiro passeio das autoridades – Borges de Medeiros, que deixava o Governo e Getúlio Vargas o eleito – pela nova avenida.
A Avenida Júlio de Castilhos é a primeira construída segundo os conceitos modernos de urbanismo, fora concebida como espetáculo e monumento, com sua largura, sua extensão, o traçado reto, a perfeição do calçamento, o efeito de perspectiva e ainda o sistema de iluminação americana “Nova Lux”.
A avenida fora imaginada para facilitar a ligação do porto coma ferrovia na Rua da Conceição, e aliviar o trânsito da saturada Rua Voluntários da Pátria. Teve o apoio integral dos comerciantes e industriais. Com seus 660 metros de extensão e 30 metros de largura, dos quais nove para passeios havia instalado esgoto e outros serviços correndo em seu subterrâneo, foi à primeira avenida a ter a lógica de planejamento o espaço de 9,20m para permitir na largura um veículo estacionado junto ao passeio, um veículo se deslocando lentamente e outro rapidamente, além do trilho do bonde junto ao canteiro central.
Em 27 de fevereiro de 1928, em Porto Alegre, o major Alberto Bins, que era vice de Otávio Rocha assume a Intendência Municipal em Porto Alegre, pela morte deste por complicações de úlcera gástrica.
Em 19 de abril de 1928, em Porto Alegre, finalmente a Caixa d’Água, como passaria a ser chamada a Hydráulica dos Moinhos de Vento, ganhou inauguração festiva, do intendente Alberto Bins (27.02.1928 a 22.10.1937), já que Otávio Rocha havia falecido, substituindo o sistema lento de filtros alemão pelo modelo americano, a qualidade da água em Porto Alegre supera padrões.
Pela primeira vez, o porto-alegrense bebe água tratada.
Em junho de 1928, na segunda quinzena, em Porto Alegre, o famoso pianista Arthur Rubinstein, dá uma série de concertos no Theatro São Pedro.
Em 11 de novembro de 1928, em Porto Alegre, é inaugurada a nova Usina Termelétrica junto a Ponta da Cadeia, subsidiária da Eletric, Bond & Share Co., com sede nos EUA e que geriu a eletricidade e o transporte público por bonde elétrico até 1954.
- O complexo recebeu esse nome de Usina do Gasômetro, devido à proximidade com a antiga usina de Gás de Hidrogênio Carbonado, mas produzia “Energia Termelétrica” com a queima do carvão.
A nova concessionária constrói a termelétrica perto do Rio Guaíba, porque o carvão vinha pelo Rio Jacuí, e, precisava de muita água para refrigerar os condensadores.
A Usina Termelétrica do Gasômetro, sempre rendeu assunto, sobretudo porque deu impulso forte a cidade, desenvolvendo a iluminação pública e desafogando a indústria. Até os bondes puderam ficar maiores e mais rápidos.
A Usina consumia seis vezes mais água do que a cidade inteira, mas em compensação dobrou o fornecimento de energia elétrica.
Junto com a solução de energia, veio o problema, o povo reclamava da sujeira, porque ao operar com duas pequenas chaminés a usina espalhava fuligem por todos os lados.
Em 1937, foi construída a chaminé atual de 117m para amenizar os problemas causados pela fuligem.
Em 13 de novembro de 1928, em Porto Alegre, a CCPA foi adquirida pelo conglomerado americano, Electric Bond & Share, criando a Companhia Carris Porto-Alegrense/ Electric Bond & Share – CCPA/ EBS.
- A empresa prestadora do serviço, a Companhia de Carris Porto Alegrense/ Electric Bond & Share, iniciou um programa de modernização da frota, com a aquisição, a partir de 1928, de veículos (bondes) de diversos fabricantes.
Em 1929, em Porto Alegre, com o início da crise de combustíveis a Usina do Gasômetro teve que usar exclusivamente o carvão gaúcho das minas de Arroio dos Ratos e Candiota (considerado ruim por seu alto teor de cinzas e baixa qualidade), mas como dizia Getúlio Vargas - “Carvão ruim é aquele não existe e que não temos”, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, onde não havia outras opções.
A Usina do Gasômetro até seu fechamento em 1970, seria negócio lucrativo somente para mineradoras como a gigante Copelmi.
Em 1929, em Porto Alegre, a Estrada do Passo d’Areia (antiga Estrada da Aldeia dos Anjos), ganhou trecho de concreto, da Benjamin Constant até o triângulo (atual triângulo da Assis Brasil) que dão acesso a Estrada do Passo do Feijó (Alvorada) e para a Aldeia dos Anjos (Gravataí).
Em 1948, ganhou o nome de Avenida Assis Brasil, mesmo sendo um desafeto do governo anterior, imaginava-se que esta rua não seria importante por ficar fora do núcleo urbano da cidade, mas a história acabou outra.
Atualmente com 9 km de extensão, expandiu a cidade para a Zona Norte até seus limites de Porto Alegre com Cachoeirinha.
Em 20 de março de 1929, em Porto Alegre, é celebrada a última missa no antigo prédio da Igreja Matriz/Catedral Nossa Senhora Madre de Deus, na Praça da Matriz, que será demolido e construído uma nova catedral.
Em 19 de abril de 1929, em Porto Alegre, a organização das associações esportivas possibilitou a criação da Federação Rio-Grandense de Tênnis - FRGT.
As associações fundadoras foram: - Club Excursionista Sportivo, British Club, Club Walhalla, Tênnis Club Ipiranga (ex-Tênnis Club Germânia).
Em 07 de outubro de 1929, em Porto Alegre, na Assembléia em moção aprovada por ambos os partidos a candidatura de Getúlio Vargas (presidente) e João Pessoa (vice) na sucessão do presidente da República Washington Luis.
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